Recuperação judicial da Fasolo é autorizada pela Justiça
A Justiça autorizou, recentemente, a recuperação judicial da centenária fabricante de artefatos de couro Fasolo (Bento Gonçalves/RS). O despacho (Nº 5027432-77.2024.8.21.0010/RS) tem assinatura do juiz Darlan Élis de Borba e Rocha, da Vara Regional Empresarial da Comarca de Caxias do Sul/RS. A empresa, fundada em 1917, acumula uma dívida da ordem de R$ 155 milhões.
A Fasolo tem 338 credores, a maior parte deles (251), cerca de 74%, são de classe 1 – trabalhistas. No entanto, 93% da dívida (R$ 145 milhões) está relacionada a credores de classe 3 – quirografários (entre eles estão instituições bancárias e fundos de investimento). Do mesmo modo, 76% do passivo concursal (créditos provenientes da atividade do empresário devedor enquanto esse ainda estava na condução de sua atividade empresarial) corresponde a dívidas com o Banco do Brasil.
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Agravamento da crise na Fasolo
Em laudo de constatação prévia, a Sociedade Von Saltiél Administração Judicial (Porto Alegre/RS), responsável pela recuperação judicial da Fasolo, explica que, apesar da alta concorrência, desde a década de 1990, de players internacionais do setor coureiro mundial como China, Índia e Taiwan, a fabricante de artigos de couro “estaria conseguindo atravessar os principais percalços, de forma abrupta”. No entanto, a partir de 2020, a pandemia de Covid-19 “afetou novamente as atividades produtivas” da empresa. “Agravando-se em 2023 pela crise enfrentada pelo setor varejista brasileiro, em especial a partir do pedido de recuperação judicial das Lojas Americanas.”
Além disso, a catástrofe climática, que atingiu o Rio Grande do Sul em maio, provocou a paralisação temporária da atividade industrial da Fasolo. “Dificultando o recebimento de matéria-prima e o escoamento da produção já em estoque, além de afetar grande parte dos clientes da empresa”, diz a administradora judicial no laudo de constatação prévia.
A Fasolo tem até setembro para apresentar seu plano de recuperação judicial.
O Exclusivo buscou um posicionamento da empresa e de sua administradora judicial, entretanto, até a publicação deste conteúdo não havia recebido nenhum retorno. Nesse sentido, caso haja alguma manifestação, o texto será atualizado.
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