Quantidade de plástico nos oceanos pode aumentar quatro vezes até 2040

24.07.2020 - Redação Jornal Exclusivo

Foto: Adobe Stock
O estudo Breaking the Plastic Wave é um dos mais completos e analiticamente robustos já publicados sobre plásticos no oceano
Até 2040, o volume de plásticos no mercado dobrará, o volume anual do material que entra no oceano quase triplicará (de 11 milhões de toneladas em 2016 para 29 milhões de toneladas em 2040) e a quantidade do produto nos oceanos quadruplicará (atingindo mais de 600 milhões de toneladas) caso não sejam tomadas medidas urgentes. É o que revela o estudo Breaking the Plastic Wave, um dos mais completos e analiticamente robustos já publicados sobre plásticos no oceano, divulgado pela fundação britânica Ellen MacArthur e pelas universidades de Oxford e de Leeds, ambas na Inglaterra.

Economia circular

Em comparação com o cenário atual, a abordagem abrangente de economia circular descrita no estudo tem o potencial de gerar uma economia anual de US200 bilhões, reduzir em 25% as emissões de gases de efeito estufa e criar um saldo líquido de 700 mil empregos adicionais até 2040.

"O estudo Breaking the Plastic Wave traz um nível de detalhes sem precedentes sobre o sistema global de plásticos e confirma que, sem que haja uma mudança fundamental, até 2050 os oceanos podem conter mais plásticos do que peixes. Para combater o desperdício e a poluição por plástico, temos que intensificar os nossos esforços radicalmente e acelerar a transição para uma economia circular", afirma Ellen MacArthur, idealizadora da fundação que leva o seu nome. Ellen destaca que é preciso inovar para criar novos materiais e modelos de reuso. "E precisamos de melhor infraestrutura para garantir que todos os plásticos que nós usamos circulem na economia e nunca se tornem resíduo ou poluição. A questão não é se uma economia circular para o plástico é possível, mas sim o que faremos juntos para que se torne realidade", completa.

Em seu posicionamento, a Fundação Ellen MacArthur estabelece ações claras e urgentes, que incluem:

• Eliminar os plásticos dos quais não precisamos - não só removendo os canudos e sacolas, mas também ampliando modelos de entrega inovadores que levem os produtos aos clientes sem embalagem ou utilizando embalagens retornáveis e estabelecendo metas ambiciosas para reduzir o uso de plástico virgem. O uso de plásticos deve ser reduzido em quase 50% até 2040 em comparação ao cenário atual. Isso equivale a um crescimento líquido nulo no uso de plásticos para o período.

• Projetar todos os itens plásticos para que sejam reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis. Também é crucial financiar a infraestrutura necessária a fim de ampliar a nossa capacidade de coletar e circular esseas itens. No melhor cenário, isso demandará cerca de US30 bilhões em financiamento anual recorrente. Por isso, mecanismos que melhorem as condições econômicas da reciclagem e forneçam fluxos de financiamento recorrente estáveis com contribuições justas da indústria, tal como a Responsabilidade estendida do produtor (REP) ou outras iniciativas equivalentes lideradas pela indústria, deve ser implementadas globalmente com urgência.

• Inovar a uma velocidade e escala sem precedentes em direção a novos modelos de negócio, design de produtos, materiais, tecnologias e sistemas de coleta para acelerar a transição para uma economia circular. Se as indústrias do plástico e de gestão de resíduos intensificassem as suas atividades de pesquisa e desenvolvimento para alcançar um nível equivalente à da indústria de maquinário, por exemplo, isso criaria uma agenda de P&D de US100 bilhões até 2040 - quadruplicando seu investimento em P&D em comparação aos níveis atuais.

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