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Produção de calçados no Brasil deve crescer 2,2% em 2024 e atingir 857 milhões de pares

Projeções foram divulgadas nesta quarta-feira (22) pela Abicalçados

Publicado em: 22/11/2023 10:40
Última atualização: 01/07/2024 10:42

Projetando fechar 2023 com uma queda de 1% no volume produzido (839,3 milhões de pares), a indústria calçadista brasileira prevê incrementar a produção no próximo ano em 2,2%, atingindo 857,8 milhões de pares e mantendo a quinta posição entre os maiores produtores mundiais de calçados (atrás de China, Índia, Vietnã e Indonésia). A projeção foi divulgada, nesta quarta-feira (22), pelo presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, durante coletiva de imprensa da 1ª edição da feira de calçados Brazilian Footwear Show (BFSHOW), em Porto Alegre/RS.

"Mesmo com o crescimento previsto para 2024, estaremos ainda com uma produção inferior a 2019 (período pré-pandemia), quando alcançamos 890 milhões de pares", aponta Ferreira.

Para o próximo ano, as exportações brasileiras de calçados devem crescer quase 1%, atingindo 125 milhões de pares. "Na exportação o crescimento é menor que na produção, porém, as exportações projetadas para 2024 ainda são superiores a pré-pandemia, quando exportamos 115 milhões de pares", comenta o dirigente da Abicalçados.

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Produção e exportação menores

A indústria calçadista brasileira deve fechar 2023 com queda de 1,1% na produção (839,3 milhões de pares) e recuo de 12,4% na exportação (124,3 milhões de pares).

A projeção inicial da Abicalçados era de que a produção de calçados no País crescesse entre 1 e 1,5%. A partir de setembro, foi registrada uma queda de 14% no volume produzido. "Tivemos uma perda muito importante na questão de produção e não vemos possibilidade de recuperação até o fim do ano. Produziremos 10 milhões de pares a menos que em 2022. O problema é a diminuição do consumo em função de taxas de juros, desaquecimento da economia e as importações, que aumentaram 24%, e que também desfavorecem a produção nacional", frisa.

A queda de 14% na produção em setembro é, segundo o executivo da Abicalçados, reflexo da portaria 612 do Ministério da Fazenda, em vigor desde junho, o Programa Remessa Conforme que isenta do imposto de importação as compras de até US$ 50. "Essa portaria para o consumidor pode ser muito boa, por poder importar sem imposto, mas é uma concorrência desleal. As empresas que estão instaladas no nosso País pagam seus tributos, pagam os salários, têm na produção condições mais dignas, e nós estamos gerando postos de trabalho para a Ásia, que muitas vezes, quase todas as vezes, nem as questões mínimas de segurança, de trabalho, de salário, são respeitadas", comenta Ferreira.

No começo do mês, a Abicalçados e a Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) o Programa Remessa Conforme. A ação tem pedido de liminar para suspender a decisão do Ministério da Fazenda. "Na semana passada conversei com Geraldo Alckmin (vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço) que disse que a taxação voltará até o fim do ano. Problema é que já estamos em novembro e essa portaria impacta todas as vendas do comércio varejista na Black Friday, Natal e fim de ano", conta o executivo.

Em relação às exportações em 2023, o dirigente observa que a redução no volume de pares embarcados se dá, principalmente, pela queda nas compras dos principais mercados consumidores. "Estes mercados se superabasteceram no ano passado e as economias internacionais também estão mais recessivas. Os Estados Unidos, principal mercado consumidor, está importando menos, e isso reflete diretamente nas exportações brasileiras."

Números da indústria calçadista brasileira

Quinto maior produtor mundial de calçados (maior produtor fora da Ásia);

Tem 4,6 mil empresas;

Emprega 1,2 milhão de trabalhadores entre diretos e indiretos;

Gera 290 mil empregos diretos em 25 estados do País;

Mais de 50% da força de trabalho é composta por mulheres;

Gera massa salarial de R$ 7,8 bilhões por ano;

Exporta para mais de 165 países;

Região nordeste responde por 49,5% do volume de pares exportados.

Fonte: Abicalçados

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