Por falta de mão de obra, Arezzo vai fechar fábrica no Rio Grande do Sul
A falta de mão de obra qualificada, situação comum no setor calçadista brasileiro nos últimos anos, é que motiva a Arezzo&Co (Belo Horizonte/MG), “house of brands” de moda, a fechar, nos próximos dias, uma fábrica de calçados em Veranópolis/RS. Para atender um último pedido, a unidade produtiva na Serra gaúcha segue funcionando até 16 de maio, quando 150 trabalhadores serão desligados. Quando anunciou a abertura da planta fabril, em setembro de 2021, a compnhia chegou a projetar a criação de 900 empregos diretos.
Conforme a empresa, a fábrica em Veranópolis, que entrou em operação há cerca de um ano e meio, “não se viabilizou técnica e financeiramente”. A companhia informa também que a produção da planta na Serra gaúcha será distribuída em outras unidades fabris da companhia no Rio Grande do Sul.
A empresa informou oficialmente nesta terça-feira, 2, os funcionários e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário e Calçado de Caxias do Sul e Região (Sindvest) sobre o fechamento da fábrica em Veranópolis. Todos os 150 colaboradores, que serão desligados, receberão aviso prévio indenizado.
No começo de abril, por conta da reorganização da linha de produção de sua fábrica em Campo Bom/RS, a empresa demitiu 250 trabalhadores.
Falta de mão de obra e rotatividade de profissionais
Ao Exclusivo, o presidente do Sindvest, Jandir Zacaria, salienta que, além da falta de mão de obra, a alta rotatividade de funcionários, especialmente na área de produção, afetou a performance da fábrica da Arezzo&Co em Veranópolis. “Assim como em diversos polos calçadistas pelo País, em Veranópolis existe uma escassez de mão de obra e uma rotatividade de profissionais, o que fez com que a empresa não conseguisse completar seu quadro de trabalhadores necessário para atender a demanda de pedidos”, relata Zacaria.
Valorização
Segundo o dirigente sindical, com a instalação da Arezzo&Co em Veranópolis houve uma valorização salarial dos profissionais empregados em outras empresas e setores de Veranópolis. “Por pagar o piso salarial da categoria, em torno de R$ 1,7 mil, a Arezzo&Co só estava conseguindo contratar trabalhadores desempregados. Por toda a expectativa criada na comunidade com a instalação da fábrica na cidade e para manter seus profissionais, algumas empresas do município e da região chegaram a aumentar os salários em cerca de R$ 500”, comenta o presidente do Sindvest.
Recolocação no mercado de trabalho
Em nota, a Arezzo&Co informa que está colaborando com a Prefeitura de Veranópolis e com o Sindvest para a recolocação no mercado dos profissionais que serão demitidos. “É um trabalho conjunto para recolocar estes trabalhadores, o mais breve possível, em outras indústrias locais”, diz a empresa no comunicado.
No dia 19 de maio, o Sindvest em parceria com a Secretária de Indústria e Comércio de Veranópolis promovem um feirão de empregos.
Nota divulgada pela Arezzo&Co:
“A Arezzo&Co investiu na operação de Veranópolis nos últimos 18 meses, mas a unidade não se viabilizou técnica e financeiramente, encerrando portando suas atividades em 16 de maio. A decisão não muda a estratégia da empresa que no Rio Grande do Sul emprega 2,6 mil funcionários, opera 35 lojas e produz mais de 13 milhões de pares de calçados por ano. O sindicato e a prefeitura estão conjuntamente trabalhando para a realocação dos colaboradores, o mais breve possível, em outras indústrias locais. A produção dessa planta será distribuída em outras unidades fabris do grupo Arezzo&Co, no Rio Grande do Sul.”
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