Bruno Constantino: dos gramados do futebol para o varejo de calçados
Durante 15 anos, Bruno Cazarine Constantino foi jogador profissional de futebol, era conhecido como Bruno Cazarine (sobrenome da mãe), tendo atuado em clubes do Brasil, Europa, Oriente Médio, Ásia e Oceania. Pelo Sydney FC, último time em que atuou, entre os anos de 2010 e 2012, ele se tornou o atacante mais produtivo da história do clube australiano, com média de 0,34 gols por partida – atuou em 50 jogos e marcou 17 gols. Quando encerrou a carreira de atleta do futebol, Bruno se formou em Gestão Empresarial e fez MBA em Varejo e Negócios pela FIA, além de curso complementar na Willians Business College, PDA em Governança Corporativa pela Fundação Dom Cabral e PDD em Administração e Negócios pela Fundação Dom Cabral. Há cinco anos, Bruno assumiu o desafio de ser CEO do Grupo Oscar, uma das principais varejistas de calçados do Brasil criada por seu pai, José Oscar Constantino, há exatas quatro décadas.
Como foi a sua preparação para se tornar CEO do Grupo Oscar? E a responsabilidade e o desafio de assumir uma empresa criada pelo seu pai?
Desde que parei de jogar futebol profissional venho estudando e aprendendo sobre negócios e principalmente o varejo. Temos um time de executivos muito experiente, que me ajudou muito nessa transição. A nossa família sabia que para a continuidade da empresa era importante ter um plano de sucessão profissional. Isso não significa tirar a família da empresa, mas sim profissionalizar a família. Fizemos cursos para desenvolvimento da família empresária, além de consultorias especializadas para ajudar nesta transição. Acredito que tudo isso foi importante, mas a prática do dia a dia é o que mais nos ensina. Nosso negócio é muito dinâmico e vem passando por diversas mudanças nos últimos anos.
Quais os principais ensinamentos que você aprendeu com o seu pai e que você não abre mão?
O respeito a todos os colaboradores, clientes, fornecedores; humildade para liderar e para reconhecer nossos erros e equívocos; a valorização da família e o espírito empreendedor, de sempre buscar melhorar alguma coisa.
Qual tem sido o seu papel na renovação do Grupo Oscar, especialmente em questões como a venda de calçados no metaverso e o investimento em startups?
O Grupo Oscar sempre teve a inovação no seu DNA. Fizemos muitas ações inovadoras no passado, como Oscar Fashion Days, Circuito de Corrida, entre outras. O que mudou foi o acesso à tecnologia que nos dá a possibilidade de potencializar as inovações e tentativas. Temos projetos na área da inovação em andamento, mas o mais importante continua sendo ter uma loja com uma excelente experiência de compra, com um ótimo atendimento e produtos que o cliente deseja.
Como o Grupo Oscar chegou em seus 40 anos? O que tem balizado a sua gestão à frente da companhia?
O Grupo Oscar tem uma cultura muito forte de cuidar muito bem de seus clientes e colaboradores. Ter um time comprometido, que veste a camisa da empresa e tem sentimento de dono faz muita diferença no tempo. Acredito que isso tenha muito a ver com a mentalidade dos fundadores e da nossa família empresária. Nestes 40 anos estamos sempre buscando melhorar, gerar mais empregos e dar a nossa contribuição à sociedade.
“A família sabia que para a continuidade da empresa era importante ter um plano de sucessão.
Não é tirá-la da empresa e, sim, profissionalizá-la.”
Sabemos que você é um entusiasta dos calçados esportivos. Como foi trazer de volta ao Brasil a marca Diadora?
É um desafio muito grande pois sabemos que o mercado esportivo está muito competitivo no Brasil e era uma estratégia do nosso grupo gerir uma marca internacional. A Diadora é muito reconhecida pelos consumidores apesar de ter ficado fora do mercado por algum tempo. A marca tem produtos esportivos para corrida, futebol e tênis além de ser muito forte na linha casual, o que tem muita sinergia com o varejo multimarcas, nosso principal negócio. Já montamos um time comercial em todo o Brasil. Criamos a empresa Brands Brasil para gerenciar marcas e a Diadora foi a primeira.
Em 2021, quando o Grupo Oscar adquiriu a Carioca Calçados, você disse que ambas as empresas “construíram um forte relacionamento com os clientes”. E, em se tratando de clientes, como é para vocês administrarem o Cartão Oscar, que possui 2 milhões de clientes fidelizados?
Esse é um grande diferencial do Grupo Oscar. Temos a empresa Fest Card que faz a gestão de crédito do nosso Grupo. Sabemos que o cartão é uma ferramenta de relacionamento muito forte, nos aproxima dos clientes, nos ajuda a entender bem o comportamento e hábitos de compra dos consumidores. Estamos investindo nesta área pois entendemos que existe uma grande oportunidade no mercado para a empresa Fest Card.
“Temos que continuar investindo e acreditando no nosso negócio, gerando oportunidades. O Brasil é um excelente País para se investir e ampliar os negócios.”
Como têm sido os investimentos da empresa em marcas próprias?
Temos marcas próprias masculinas Cazzac e Constantino, no feminino temos a OSC, Kult e MShuz além do esportivo casual com a Done Head. Estas marcas são grandes diferenciais competitivos e já possuem um tamanho importante dentro do Grupo Oscar. Atualmente as marcas já são reconhecidas pelos clientes e fazemos investimentos de marketing e campanhas específicas para elas.
O que você projeta para o varejo de calçados em 2023?
Acho que todo o empresariado brasileiro está aguardando alguns sinais do próximo governo sobre seu plano. Independente do que acontecer, sabemos que temos que continuar investindo e acreditando no nosso negócio, gerando empregos e oportunidades. O Brasil é um excelente país para se investir, crescer e ampliar os negócios.
Quais as perspectivas para os negócios do Grupo Oscar em 2023?
Continuar a integração da Carioca Calçados, empresa que adquirimos em 2021, expandir nosso e-commerce através da marca Oscar para todo o Brasil e o projeto omnichannel, aumentar a produtividade dos nossos pontos de venda, além dos crescimentos da Brands Brasil e Fest Card.
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