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Bocayuva avalia momento da Usaflex e fala sobre aquisições

Sergio Bocayuva é CEO da Usaflex

Bocayuva avalia momento da Usaflex e fala sobre aquisições

Reconhecida como uma das principais referências em calçados de conforto no Brasil, a Usaflex (Igrejinha/RS) encerrou o primeiro trimestre de 2024 com um crescimento de quase 70% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O CEO da empresa, Sergio Bocayuva, atribui o desempenho positivo ao incremento nas exportações, mas também ao fortalecimento das lojas multimarcas e franquias.

“Tivemos um primeiro trimestre excelente. Já na curva do ano esperamos um crescimento em torno de 15%. Isso demonstra um retorno da exportação, que em 2023 foi muito prejudicada. A exportação voltou forte. A multimarca também voltou muito forte esse ano. E as franquias, a depender do local no País, respondem melhor ou pior”, avalia.

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Quatro pontos principais para a Usaflex

Em entrevista ao Exclusivo durante a BFSHOW, em São Paulo, o CEO da Usaflex comentou sobre os quatro principais pontos observados pela empresa neste ano. A seguir, ele detalha sobre mudanças climáticas, endividamento das famílias, alteração no perfil de consumo e futuras aquisições.

Sergio Bocayuva é CEO da Usaflex
Luana Rodrigues | Exclusivo Sergio Bocayuva é CEO da Usaflex

Mudanças climáticas

As mudanças climáticas enfrentadas globalmente refletem de diversas formas, inclusive, no mercado da moda e, por consequência, no consumo. “Hoje, você não tem mais as estações entrando nos períodos pré-determinados e isso complica muito no varejo. E eu acho que é algo que precisa ser corrigido em todo o mundo. Porque o mercado está totalmente atrelado às tendências lá fora. Então, é uma coisa de cadeia. E a cadeia vai ter que ser restruturada. Na minha visão, daqui a 5 ou 10 anos, você não terá mais coleções de primavera/verão ou de outono/inverno. Você vai ver cápsulas o ano inteiro”, comenta.

Endividamento

Outro fator importante citado por Bocayuva é o enfraquecimento da economia. “As famílias estão muito endividadas e existe uma fragilidade na recomposição de preço. Você vê cada vez mais aquele cliente que pagava entre R$ 350 e R$ 450, em uma compra média, tendo dificuldade de comprar mais de um par, e gastando no máximo R$ 299. Isso muda o nosso mindset. Estamos tendo um cuidado muito grande com isso, para que possamos abastecer o mercado com essa demanda. Por isso, fazemos um esforço enorme para conseguir ainda rentabilizar com margens históricas, mas com um preço competitivo.”

Mudança no perfil de consumo

O modo como as novas gerações se comportam tem influenciado diretamente nos hábitos de consumo. No entanto, para além da característica relacionada à idade, mudanças no ambiente corporativo pós-pandemia também são citadas pelo CEO da Usaflex.

“A gente percebe que as pessoas ainda estão muito focadas no trabalho home office. Isso faz com se tenha uma menor circulação e, por consequência, menor consumo. E as pessoas perceberam com a Covid-19 que elas podem morrer a qualquer momento, né? Então, as tragédias, como essa que estamos vivendo no Sul, trazem essa verdade. Faz com que as pessoas estejam muito mais estimuladas a vivenciarem a vida, ou seja, saírem para um show, viajarem com a família, em troca de um consumo”, pontua Bocayuva.

Ele destaca, ainda, que o mundo está passando por um momento de compra mais consciente, com uma sensível mudança no perfil de consumo, que reflete diretamente no mercado. “No entanto, empresas como a Usaflex, que estão sempre buscando inovação, sofrem menos. Quem não tem estes atributos, sofre mais”, afirma.

Aquisições de novas empresas

Para os próximos meses, Sergio Bocayuva não descarta o investimento em novas empresas. “Estamos avaliando agora voltarmos, ou não, com a aquisição. Porque já estamos com nosso sistema todo estabilizado. No ano passado, crescemos quase 30%. Estamos estimando crescer 15% neste ano. Por isso, estamos avaliando com carinho a possibilidade de voltarmos ao mercado para realizarmos a aquisição de algumas empresas, que lá atrás já vinham sendo discutidas e ficaram no freezer”, revela.

Quando questionado sobre o perfil desejado, Bocayuva destacou que seriam calçadistas alinhadas com o propósito da Usaflex. “E eu posso te afirmar que não são empresas da região (a matriz da companhia é em Igrejinha/RS). Não olhamos fábrica. Olhamos a marca. E não necessariamente são marcas que são verticalizadas. Tem marcas que não são verticalizadas e eu posso mudar”, antecipa.

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