Volume de calçados importados no Brasil aumenta quase 30%
O volume de calçados importados pelo Brasil aumentou quase 30% em 2024. Dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), nesta quinta-feira (9), apontam que no ano passado foram importados 35,8 milhões de pares, total de US$ 477,72 milhões, incrementos de 26,3% e 7,9%, respectivamente, na comparação com 2023.
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As principais origens das importações seguem sendo os países asiáticos. China juntamente com Vietnã e Indonésia responderam por mais de 80% dos calçados que entraram no Brasil ao longo do ano passado.
No acumulado de 2024, as importações de calçados oriundos do Vietnã somaram 11,9 milhões de pares e US$ 224 milhões, altas tanto em volume (25%) quanto em receita (5,2%) em relação a 2023. Da China, o Brasil importou 9,8 milhões de pares e US$ 40,2 milhões, alta de 4% em volume e queda de 16% em receita em relação a 2023. O preço médio ficou em US$ 4,06, queda de 19% ante 2023. Conforme a Abicalçados, este é “um indicativo de preços artificialmente abaixo dos praticados no mercado (dumping)”.
Além disso, da Indonésia, o Brasil importou 6,8 milhões de pares. O total de negócios chegou a US$ 110,26 milhões. Altas tanto em pares (52%) quanto em receita (26%) em relação a 2023.
Novos players dos calçados importados
Além do aumento das importações, que tiram espaço dos calçados brasileiros nas prateleiras das lojas, preocupam a Abicalçados os novos entrantes no mercado das importações. Nesse sentido, em 2024, apareceram players asiáticos como Camboja, Índia, Mianmar e Bangladesh. Juntos, estes países exportaram para o Brasil mais de 2,5 milhões de pares, 56% mais do que em 2023.
“Existe uma mudança na produção intra-Ásia em busca de menores custos com mão de obra. E, no caso das exportações para o Brasil, também para driblar a tarifa de antidumping aplicada contra o calçado chinês (hoje em US$ 10,22 por par, além da tarifa de importação)”, explica o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. De acordo com ele, o governo federal acabou sendo alertado e ficou de analisar o caso com base nos dados fornecidos.
(*) Com informações da Abicalçados.
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