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Sustentabilidade chega às embalagens do setor calçadista

Sustentabilidade chega às embalagens do setor calçadista

Calçados produzidos com parcela de material reciclado ou com plástico retirado dos oceanos e garrafas PET são alguns exemplos práticos de como a sustentabilidade está inserida no setor calçadista. Além disso, o conceito vem sendo aplicado no que diz respeito a uma outra demanda da indústria de calçados: as embalagens. Neste sentido, uma das soluções disponíveis no mercado é o Green Packing, uma embalagem plástica 100% reciclada, que serve como alternativa ao uso de caixas de papelão corrugado ou ondulado para as embalagens coletivas de transporte de calçados, as caixas master.

O produto, um filme termoencolhível e de embalamento automatizado, se configura como opção sustentável para agregar as unidades em fardos para a logística. A linha Green Packing, desenvolvida pela Plastiweber (Feliz/RS) – empresa pioneira no Brasil na produção de embalagens e polímeros circulares de alta performance –, é gerada dentro de um ecossistema circular. A partir de logística reversa com clientes, parcerias com grandes varejistas e projetos socioambientais com cooperativas, escolas e comunidades, é coletado o resíduo plástico que iria parar em aterros sanitários, sendo selecionado e processado para que retorne ao mercado como uma nova embalagem. Este ciclo gera uma série de benefícios socioambientais agregados ao uso do plástico reciclado. Em 2021, o volume total de plástico reciclado pela companhia possibilitou a redução de emissão de 17 milhões de quilos de CO2 (dióxido de carbono), além de diminuir o consumo de mais de 10 milhões de litros de petróleo e de 26 milhões de quilowatts de energia elétrica. Foram gerados, ainda, 7.386 empregos diretos e indiretos em toda a cadeia.

Economia de recursos

A Plastiweber aponta que a solução Green Packing é mais econômica que a tradicional, em função da redução do custo de uso das caixas master de papel. Além disso, segundo a empresa, há minimização de erros operacionais, redução dos custos de logística em até 20%, impossibilita violações de embalagens sem que fique evidente o sinistro, agiliza a entrega para o lojista, permite uma estocagem segura contra a umidade e tem um menor volume de descarte, em comparação com o papelão. Existe, ainda, a possibilidade de reduzir o impacto da embalagem, uma vez que esta solução para transporte pode retornar ao ciclo produtivo e se tornar uma nova embalagem.

Solução a partir da demanda do setor

Segundo o diretor circular da Plastiweber, Pedro Bolfoni, a solução surgiu a partir de visitas comerciais em indústrias de calçados, de participações em feiras e de trocas de informações com fabricantes de máquinas. “Os fabricantes de calçados enfrentam um problema operacional para colocar as caixas individuais dentro das caixas master. Esta é considerada uma operação muito difícil de automatizar e de alto custo, pois exige mão de obra intensiva e dá margem a muitos erros operacionais, resultando ainda em reclamações de parte dos lojistas. Além disso, a caixa master é suscetível a fraudes durante o processo de logística”, explica Bolfoni.

Ele acrescenta que, ao mesmo tempo, os fabricantes de máquinas apontaram que tinham embaladoras voltadas ao mercado moveleiro que, com poucas adaptações, estariam adequadas a automatizar o processo do setor calçadista, eliminar a caixa master e garantir a inviolabilidade. “Por meio dessas trocas, conseguimos desenvolver uma solução mais eficiente e sustentável, que agrega as unidades em packs para transporte, promove melhorias na logística da cadeia e gera uma série de benefícios socioambientais”, aponta.

Perspectivas

Além da indústria calçadista, o Green Packing pode ser aplicado em outros setores que embalam produtos manualmente em caixas ou, até mesmo, em sacaria plástica, como é o caso das lavanderias, por exemplo. A empresa já está negociando a solução com fabricantes de produtos de limpeza, de esponjas, de vassouras, entre outros.

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