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Segundo semestre começa com a indústria gaúcha desaquecida

Segundo semestre começa com a indústria gaúcha desaquecida

O segundo semestre de 2023 começa com a indústria gaúcha mantendo os sinais de desaquecimento que predominam desde o final do ano passado, de acordo com a avaliação dos empresários revelada pela pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta terça-feira, 29, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

“A produção e o emprego caíram muito além do normal para o mês, estoques ficaram acima do planejado, assim como a ociosidade”, diz o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, ressaltando que, para os próximos seis meses, os empresários gaúchos esperam ligeiro avanço da demanda, queda do emprego e um cenário moderado para os investimentos.

O índice de produção registrou 46,3 pontos em julho. Abaixo dos 50, o desempenho foi particularmente negativo, pois mostra queda em relação a junho, o pior resultado para o mês desde 2015, em um período em que o normal é crescer, com uma média do mês de 51,8 pontos. Além disso, nos últimos 11 meses, a produção industrial gaúcha aumentou apenas em março de 2023.

Emprego

O emprego da indústria gaúcha também caiu no mês passado na comparação com junho. O índice do número de empregados registrou 44,8 pontos, abaixo dos 50 e da média histórica do mês de 48,2. Indica retração além do normal. Vale ressaltar que o emprego não cresce há dez meses e o ritmo de queda em julho foi o mais intenso desse período.

Utilização da capacidade instalada

Outro dado a confirmar o desaquecimento da atividade industrial foi a sondagem ter mostrado que os empresários gaúchos consideraram a utilização da capacidade instalada (UCI), de 70%, bem abaixo do normal. O índice de UCI efetiva em relação à usual, que considera a UCI comum para o mês, registrou 40,7 pontos em julho. Isso evidencia uma elevada ociosidade, pois ficou distante dos 50 pontos que representam o normal para cada período.

Estoques

Nem a redução da produção foi suficiente para diminuir o acúmulo de estoques de produtos finais, em um claro indício de demanda fraca e de dificuldades futuras para a produção. O índice de evolução de estoques marcou 52,9 pontos no sétimo mês do ano, e acima de 50, revela crescimento ante o mês anterior. Já o índice de estoque efetivo em relação ao planejado pelas empresas não apenas se manteve superior aos 50 pontos como também cresceu 1,4 ponto, pulando para 54,6. Nesse caso, quanto mais acima de 50, maior e mais disseminado o acúmulo de estoques entre as empresas.

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