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Saiba quanto deve crescer a produção de calçados em 2024

Com impulso importante do consumo doméstico, a produção de calçados deve ficar entre 873,4 milhões e 884,6 milhões de pares.

Publicado em: 02/05/2024 10:41
Última atualização: 02/05/2024 19:15

Dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam para um crescimento entre 0,9% e 2,2% na produção de calçados em 2024. Os números foram divulgados no evento Análise de Cenários, realizado pela entidade. Com impulso importante do consumo doméstico, a produção deve ficar entre 873,4 milhões e 884,6 milhões de pares, o que mantém o Brasil como quinto maior produtor de calçados do mundo, o maior fora da Ásia.

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Cenário macroeconômico

O evento digital iniciou com a apresentação do cenário macroeconômico, a cargo do consultor setorial e doutor em Economia Marcos Lélis. Segundo ele, embora a recuperação do setor esperada para 2024 seja baseada no mercado interno, o cenário internacional deve melhorar a partir da segunda parte do ano, principalmente em função da recuperação da economia dos Estados Unidos, principal destino do calçado brasileiro no exterior.

Tendo crescido 2,5% no ano passado, a economia norte-americana deve crescer mais 2,7% em 2024, isso em um ambiente de pleno emprego e com consumo doméstico em crescimento. Por outro lado, as previsões para 2024 apontam para revezes em mercados também relevantes para o calçado brasileiro, com crescimentos pífios das economias da Zona do Euro (+0,8%) e Colômbia (+1,1%) e uma queda importante no PIB argentino (-2,8%).

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Números no Brasil

No Brasil, conforme Lélis, a previsão do crescimento do PIB em 2024, de 2,2%, irá refletir a queda no desemprego (7,9%, conforme IBGE, menor nível desde 2015) e o aumento do salário real. “O problema do mercado doméstico segue sendo o alto endividamento das famílias. Hoje, 48% da renda das famílias estão comprometidas com dívidas, o que deixa pouco espaço para consumo de bens não essenciais”, avalia. A inflação, embora dentro da meta, volta a sentir os impactos do aumento nos preços dos alimentos, o que deve segurar uma queda maior dos juros e consequentemente segurar o crescimento econômico.

Produção de calçados no Brasil

Diante da retomada da produção chinesa, após um período de restrições em função da pandemia de Covid-19, a normalização dos preços dos fretes marítimos e as dificuldades na economia norte-americana, o setor calçadista viu sua produção de calçados recuar 2,3% em 2023, com impacto preponderante das exportações, que caíram 16,6%.

Embora as exportações mundiais de calçados também tenham caído em 2023, cerca de 8% em pares, conforme estimativa da Abicalçados, os embarques chineses caíram em ritmo menor, o que aponta para uma retomada de mercado da China. No ano passado, as exportações do gigante asiático caíram 2,5%. No entanto, mesmo com a queda geral, cresceram as exportações chinesas para países da América Latina (+7%), importantes destinos do calçado verde-amarelo. O fato ilustra a dificuldade brasileira encontrada no ano passado e o ganho de mercado da China naquele continente.

Exportações de calçados

Segundo a coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, o cenário externo para o calçado brasileiro não deve ter mudança significativa em 2024. Para o ano, mesmo com a melhora do mercado norte-americano, os embarques brasileiros devem cair. “Vêm ganhando espaço nas importações norte-americanas, principalmente, países asiáticos como Vietnã, Indonésia e Camboja”, conta Priscila. Para 2024, a projeção da Abicalçados é de que as exportações brasileiras de calçados caiam entre 5% e 9,7%, em pares.

Diferentemente das exportações, o consumo aparente de calçados deve crescer em 2024. Conforme dados projetados pela Abicalçados, o mercado doméstico de calçados pode crescer entre 2,4% e 3,8% em 2024.

*Com informações da Assessoria de Imprensa da Abicalçados

PROJEÇÕES NA PRODUÇÃO DE CALÇADOS EM 2024

Produção de calçados: +0,9% a +2,2% ( 873,4 milhões a 884,6 milhões de pares)
Exportação de calçados: -5% a -9,7% (106,9 milhões a 112,4 milhões de pares)
Consumo aparente: +2,4% a +3,8% (793,8 milhões a 805 milhões de pares)

Fonte: Relatório Setorial Indústria de Calçados do Brasil.

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