Quem inovou na pandemia aumentou lucro e produtividade

Oito em cada dez indústrias grandes e médias brasileiras inovaram em 2020 e 2021 e viram crescer produtividade, competitividade e resultados financeiros. É o que mostra levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Do total de 500 empreendimentos pesquisados, 88% promoveram alguma inovação durante a pandemia de Covid-19, como forma de buscar soluções para a crise imposta pelo contexto sanitário.

Cerca de 80% das empresas registraram ganhos de produtividade, competitividade e lucratividade decorrentes de inovações. Outras 5% tiveram dois desses ganhos e 2%, um ganho. Cerca de 1% dos empreendimentos inovou e não viu nenhum incremento em seus resultados. Os dados mostram que 13% das empresas não inovaram durante a pandemia.

A pesquisa mostra que 51% das empresas não tem um setor específico de inovação. Além disso, 63% não tem orçamento reservado para a área e 65% não dispõem de profissionais exclusivamente dedicados a inovar.

A diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio, alerta para a necessidade de as empresas olharem com mais atenção para a área de inovação. “Inovação é fundamental nesse processo de recuperação das empresas e para retomada da economia. Quem não inovar não irá acompanhar essa evolução da indústria e se tornar competitivo e mais produtivo”, destaca.

De acordo com a pesquisa, as principais causas para dificuldade em inovar são acessar recursos financeiros de fontes externas (19%), a instabilidade do cenário externo (8%), a contratação de profissionais (7%), falta de mão de obra qualificada (8%) e o orçamento da empresa (6%).

Investimento contínuo

O investimento em inovação possibilitou à Dublauto Gaúcha, empresa de Campo Bom referência em dublagem industrial para o setor calçadista, manter sua estrutura, aumentar o portfólio de produtos de diferenciados, como também ampliar o parque fabril em 2018, passando a integrar o Feevale Techpark. "A localização dentro do parque tecnológico aproxima nossa equipe técnica a centros de pesquisa, laboratórios e pesquisadores altamente qualificados, fazendo um elo perante o mercado de inovação e de tecnologias", afirma o diretor técnico da companhia, Evandro Wolfart.

Wolfart sustenta a importância de investir em inovação: "significa trabalhar ativamente para diferenciar-se no mercado com produtos, tecnologias e processos novos ou melhorados, capazes de gerar valor para empresas e pessoas. Necessariamente, a inovação deve gerar receita para um negócio, pois caso contrário, não passará de somente uma ideia ou invenção".