Negócios
Produção e emprego voltam a crescer na indústria gaúcha depois de 17 meses
Segundo a Fiergs, há expectativa de aumento da demanda, inclusive das exportações, no próximo semestre
Última atualização: 03/06/2024 08:07
A indústria de transformação no Rio Grande do Sul voltou a apresentar crescimento na produção e no emprego após um período de 17 meses – melhor resultado na expansão dos índices havia sido registrado em setembro de 2022. A informação é da sondagem industrial, divulgada recentemente pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), que mostra um melhor cenário para o setor em fevereiro. Os empresários consultados no levantamento revelam mais otimismo para os próximos seis meses.
“Há uma expectativa de aumento da demanda, inclusive das exportações, e do emprego”, diz o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, alertando, porém, que apesar disso, a pesquisa não alterou a disposição a investir dos industriais gaúchos, que continuam pouco propensos a realizar investimentos nos próximos seis meses. A nota negativa do mês foi o excesso de estoques acumulado.
Produção industrial
A produção industrial gaúcha cresceu na passagem de janeiro para fevereiro, mas foi a quarta expansão nos últimos 12 meses. O índice de produção atingiu 52,5 pontos, revelando que o ritmo foi pouco acima da alta comum para o mês, cuja média histórica é de 51,5. Valores acima de 50 denotam aumento da produção em relação ao mês anterior.
Empregos
A principal notícia da sondagem foi a geração de emprego depois de 17 meses. O índice do número de empregados atingiu 51 pontos em fevereiro, superando a marca de 50, que expressa aumento do emprego ante o mês anterior, pela primeira vez desde setembro de 2022. Desde 2011, início da série, essa foi a segunda sequência mais longa, de 16 meses, sem avanço do emprego na indústria gaúcha. A maior, de 40 meses, durou de abril de 2014 a julho de 2017.
Capacidade instalada
Em fevereiro, a indústria gaúcha utilizou 70% da sua capacidade instalada (UCI), três pontos percentuais acima de janeiro, mas 0,6 ponto percentual abaixo da média do mês. O índice de UCI em relação ao usual do mês registrou 43,5 pontos, o patamar mais alto em 11 meses. Mostra que ainda está bem abaixo do nível usual, dado pelos 50 pontos, apesar de mais próximo.
Estoques
A principal preocupação detectada pela sondagem industrial é com relação aos estoques de produtos finais, que voltaram a aumentar em fevereiro depois de dois meses consecutivos de queda, e atingiram patamares superiores aos desejados pelas empresas. O índice de evolução foi de 52,1 pontos, e de estoques em relação ao planejado atingiu 51,6. Acima de 50, o primeiro denota elevação ante o mês anterior e o segundo indica estoques acima do esperado pelas empresas.