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Mercado de trabalho segue aquecido
Taxa de desemprego no País é a mais baixa em dez anos
Última atualização: 10/06/2024 09:59
No mês passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) com os números consolidados para o desemprego no Brasil no trimestre encerrado em dezembro.
Os números confirmam a tendência favorável que se tem verificado no mercado de trabalho nos últimos meses, com a taxa de desemprego recuando para 7,4% no período de outubro a dezembro de 2023, a mais baixa desde 2014. O resultado representa uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2022.
Já quando olhamos para a taxa média de desemprego durante todo o ano de 2023, o número é um pouco superior (7,8%). Todavia, quando comparada à taxa média de 2022, último ano do Governo Bolsonaro, a queda registrada foi ainda mais expressiva (1,8%).
A população desempregada totalizou 8,08 milhões de pessoas, um recuo de 5,7% (ou 490 mil trabalhadores a menos) frente ao mesmo período do ano anterior.
Já o total de pessoas ocupadas atingiu a expressiva marca de 101 milhões de trabalhadores, número recorde da série histórica iniciada em 2012, com 1,6 milhões de pessoas ocupadas a mais do que no último trimestre de 2022.
Outro número favorável foi o de empregados com carteira assinada no setor privado que passou para 38 milhões de trabalhadores, subindo 3% frente ao mesmo período do ano passado (ou 1,1 milhão de pessoas a mais). Já o número de empregados no setor público(12,2 milhões de pessoas) se manteve estável.
Mais um dado da pesquisa que corrobora a tese de recuperação do mercado de trabalho, refere-se ao rendimento médio mensal dos trabalhadores (R$ 3.032) que subiu 3,1% acima da inflação frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
A informalidade no mercado de trabalho brasileiro, entretanto, continua alta (41,2 milhões de trabalhadores), o que evidencia a precarização nas relações de trabalho ainda presente em boa parte do mercado laboral brasileiro. Um exemplo disso é o ainda elevado número de empregados sem carteira assinada no setor privado que atingiu 13,5 milhões de pessoas (291 mil pessoas a mais do que em 2022).
Outro dado relevante da pesquisa, e que tem impacto direto na dinâmica econômica, é a massa de rendimentos mensal percebida pelo conjunto de todas as pessoas ocupadas. No último trimestre de 2023 este valor superou a marca dos R$ 301 bilhões mensais, 5% superior do que no fim de 2022, o que traz uma expectativa favorável de crescimento econômico via consumo das famílias.
Como se pode depreender, a partir dos dados divulgados pelo IBGE, fica notório que os números apresentam substancial melhora, tanto no que tange aos níveis de ocupação, como na remuneração média auferida pelos trabalhadores, revelando o aquecimento do mercado de trabalho no Brasil.
A nota negativa fica apenas por conta da informalidade que, apesar de ter apresentado uma queda em números absolutos, representa ainda, em termos relativos, uma parcela substancial do mercado de trabalho brasileiro (40,8%).