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Juros altos seguem refletindo no faturamento e nas horas trabalhadas da indústria

Utilização da capacidade instalada manteve tendência de queda entre os meses de agosto e setembro

Publicado em: 03/11/2023 08:36
Última atualização: 08/07/2024 08:38

Mesmo com os cortes na taxa básica – última reunião do Copom reduziu a Selic em 0,50% pela terceira vez consecutiva este ano, levando a 12,25% –, os juros altos seguem impactando na indústria brasileira de transformação. De agosto para setembro, o faturamento real caiu 0,5%, as horas trabalhadas recuaram 1% e a utilização da capacidade instalada manteve tendência de queda, com redução de 0,3% ponto entre um mês e outro. As informações são dos indicadores industriais divulgados no dia 31 de outubro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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"Apesar do início dos cortes da taxa básica de juros, ela permanece exercendo um papel restritivo sobre a economia, contribuindo para um ambiente de crédito bastante desfavorável", explica a economista da CNI, Larissa Nocko. Ela lembra que o nível de endividamento e de inadimplência das famílias e a taxa média de juros das operações de crédito se encontram bastante elevados.

"Esperamos uma redução das concessões de crédito às empresas nesse ano, em termos reais, e um crescimento fraco das concessões aos consumidores, o que já vem repercutindo sobre uma demanda bastante enfraquecida", afirma a economista.

Trajetória de quada no terceiro trimestre

O faturamento intercalou altas e baixas durante o ano, mas o terceiro trimestre indica que a trajetória é de queda. Na comparação com setembro de 2022, o indicador apresenta queda de 1,4%. As horas trabalhadas registram o quarto mês sem avanços e, na comparação com o mesmo mês do ano passado, apresenta recuo de 3,5%. O emprego registrou estabilidade em setembro, com variação negativa de 0,1%.

Rendimento médio do trabalhador

O rendimento médio real apresentou crescimento de 1,6% em setembro, na comparação com agosto de 2023. Ao longo deste ano, o indicador alternou entre avanços e quedas, no entanto, com as altas mais intensas que os recuos. Trata-se do segundo mês consecutivo de crescimento do rendimento, que acumulou avanço de 2,7%. Com o resultado de setembro, o indicador atinge o ponto mais alto do ano. Na comparação com setembro de 2022, o indicador apresenta crescimento de 2,8%.

A massa salarial real da indústria de transformação cresceu 1,5% em setembro de 2023 na comparação com o mês anterior. Na comparação com setembro de 2022, houve avanço de 3,1%.

(*) Com informações da CNI.

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