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Indústria gaúcha começa a dar sinais de recuperação

Em 2023, indústria gaúcha respondeu por um quarto da produção brasileira de calçados

Indústria gaúcha começa a dar sinais de recuperação

O segundo semestre de 2024 deve ser de recuperação na indústria gaúcha, após os impactos da catástrofe climática. Em julho, houve aumento da produção e do emprego, ao mesmo tempo que ocorreu maior utilização da capacidade instalada e uma baixa nos níveis de estoques de produtos finais pelo terceiro mês consecutivo. Nesse sentido, a pesquisa Sondagem Industrial do RS, divulgada nesta terça-feira (3) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), mostra um cenário de recuperação para o setor neste começo da segunda metade do ano. Do mesmo modo, no mês sete, a confiança da indústria gaúcha voltou a subir.

Conforme o presidente da Fiergs, Claudio Bier, após dois meses seguidos de quedas na produção, “o emprego apresentou a primeira alta depois de três meses de queda, uma situação atípica, pois historicamente julho é um mês com redução nas vagas da indústria”.

O índice de evolução da produção atingiu 53,5 pontos, valor que, acima de 50, indica crescimento na comparação a junho. Segundo a Fiergs, o resultado surpreende e revela ainda um avanço mais intenso e disseminado do que o observado historicamente para o mês de julho, cuja média é de 51,1 pontos. Já o índice do número de empregados foi de 50,5. Contudo, apesar de pequeno, pouco acima de 50, o aumento do emprego ocorreu em um mês cuja sazonalidade é negativa, ou seja, tende a cair. A média dos meses de julho é 48,1 pontos.

Em 2023, indústria gaúcha respondeu por um quarto da produção brasileira de calçados
Arquivo/GES Em 2023, indústria gaúcha respondeu por um quarto da produção brasileira de calçados

Capacidade instalada da indústria gaúcha

Em julho, a indústria gaúcha utilizou 70% da sua capacidade instalada (UCI), aumento em relação aos 65% de junho, e o mesmo patamar da média histórica do mês (70,1%). Segundo a avaliação dos empresários, porém, a UCI foi inferior ao normal para o período. O índice de UCI em relação à usual atingiu 43,3 pontos, 3,3 acima de junho. Nesse sentido, o índice varia de zero a cem. Quanto mais próximo de 50, mais perto do nível de UCI normal.

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Estoques

Apesar da alta na produção, os estoques de produtos finais caíram pela terceira vez seguida na passagem de junho para julho. O índice de evolução foi de 48,5 pontos. Neste caso, valores menores do que 50 indicam queda dos estoques ante o mês anterior. Entretanto, os estoques efetivos também ficaram abaixo dos patamares desejados pelas empresas para seus produtos em julho, repetindo o comportamento dos dois meses anteriores. O índice registrou 48,5 pontos, revelando níveis abaixo do planejado no mês.

Perspectivas

Todos os índices de expectativas avançaram na pesquisa realizada entre 1º e 9 de agosto com 152 empresas, sendo 35 pequenas, 53 médias e 64 grandes. Com exceção da quantidade exportada, revelam otimismo, com índices acima de 50 pontos. Para os próximos seis meses, os empresários gaúchos projetam aumento da demanda, 56,1 pontos (+1,6 em relação ao mês anterior), do emprego, 51,5 (+1,8) e das compras de matérias-primas, 54,3 (+1,8). Ao mesmo tempo, a Sondagem mostrou uma leve redução, quase uma estabilidade, na quantidade exportada, 49,7 pontos.

Investimentos

Por fim, com o maior otimismo, os empresários demonstram propensão para realizar investimentos nos próximos seis meses. O índice de intenção de investir recuperou a queda do mês anterior e atingiu 54,8 em agosto, 1,7 e 3,4 pontos, respectivamente, acima de julho e da média histórica. Além disso, em agosto, 57,9% das empresas (eram 56,2% em julho) revelaram disposição de investir em máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento e inovação de produto ou processo nos próximos seis meses.

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