Falta de mão de obra qualificada afeta 60% das indústrias, revela pesquisa
Quase dois terços das indústrias gaúchas passam por dificuldades para contratar trabalhadores em função da falta de profissionais qualificados no mercado. Isso acontece principalmente na área de produção, na qual 99% enfrentam problemas na busca por técnicos e, 98,1%, por operadores. A situação afeta 64,4% das empresas, principalmente as de pequeno porte (77,6%), atingindo todas as áreas e categorias profissionais. Já, entre os empreendimentos de médio e grande porte é um problema para 63,5% e 58,3%, respectivamente. As conclusões são da Sondagem Industrial Especial do RS, divulgada nessa quarta-feira (28), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Na avaliação dos empresários consultados na pesquisa, além do prejuízo para a produtividade, também são afetadas a garantia e melhoria nos produtos, assinalada por 59,4%, e a expansão da produção, apontada por 43,5%.
O levantamento revela, também, que os setores de Pesquisa e Desenvolvimento e Vendas/Marketing são outros com entraves quando precisam encontrar pessoal capacitado: 95,8% e 90,3% das empresas, respectivamente. “O principal impacto negativo dessa dificuldade recai sobre a busca por eficiência e redução do desperdício nas indústrias, com consequente prejuízo para o aumento da produtividade, indicado por sete em cada dez das consultadas”, afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
Contornando o problema
Segundo a pesquisa, 93,8% das empresas possuem mecanismos para contornar esse problema, sendo a capacitação na própria sede o mais utilizado, por 86,2% delas. O fortalecimento da política de retenção do trabalhador (45,4%) e a capacitação fora da empresa (33,8%) foram a segunda e a terceira medidas mais utilizadas.
Investimentos na qualificação
Por fim, o levantamento mostrou também que praticamente todas as indústrias gaúchas, 97,2%, concordam que precisam investir na qualificação do trabalhador, sendo que 79,6% destas têm dificuldades para efetivar o investimento. O pouco interesse dos funcionários, na avaliação de 38,4%, a má qualidade da educação básica (37%) e a alta rotatividade (36,6%) foram os maiores entraves encontrados. O primeiro e o segundo pontos assinalados perderam importância relativa em relação a 2019, quando a última pesquisa havia sido realizada, e receberam 42,3% e 44,9% das respostas, respectivamente. Já a rotatividade ganhou relevância, pois tinha sido indicada por 27,6%.
Mercado
Também ganhou importância relativa no período a perda do trabalhador capacitado para o mercado, que foi o quarto obstáculo mais considerado pelas empresas em 2022: 28,7% (contra 25,6% em 2019).
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