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Exportações de couro têm o maior valor em 20 meses

Trabalhadores de uma indústria do couro

Exportações de couro têm o maior valor em 20 meses

As exportações de couro do Brasil apresentam crescimento no primeiro trimestre de 2024. De janeiro a março, o total vendido ao mercado internacional foi de US$ 312,3 milhões, um aumento de 12,3% sobre o mesmo período do ano passado. Em área, o crescimento foi de 17,6%, e de 28,5% em peso. Segregando o mês de março, os embarques somam o maior valor em 20 meses (US$ 109,5 milhões), além do maior volume desde dezembro de 2015.

Mesmo com o cenário positivo, o ambiente é de cautela na indústria, como destaca Rogério Cunha, da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). “Persistem desafios em rota no nosso setor, que é muito influenciado pelo consumo no mercado internacional. E o consumo, por sua vez, está conectado à evolução de conflitos geopolíticos, que impactam em perspectivas de emprego, gastos, preços e estabilidade da economia”, afirma Cuhnha, lembrando das questões em curso envolvendo Irã, Israel, Palestina, Ucrânia e Rússia.

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Nas exportações de 2024, dois dos principais destinos do couro brasileiro – China/Hong Kong, maior importador, e Itália, terceira em participação – tiveram crescimento nas importações de couro acabado, com maior valor agregado; altas de 14,9% e 15,7%, respectivamente.

Trabalhadores de uma indústria do couro
Arquivo/GES Indústria brasileira do couro

Os movimentos do CICB e das indústrias do país têm buscado a diversificação de mercados, que apresenta indicadores favoráveis nesse ano. Nos três primeiros meses de 2024, há números em ascensão nas vendas do couro brasileiro para Suíça, Hungria, Vietnã, México, Eslováquia e Noruega.

Exportações de couro ainda longe da estabilidade

No primeiro trimestre, o Cortume Krumenauer (Portão/RS) manteve “exatamente os mesmos níveis” do ano passado. “Consideramos este valor somente razoável se compararmos com 2022, quando tivemos valores semelhantes com o período pré-covid”, aponta o diretor comercial, Joel Krummenauer. Segundo ele, o “mercado ainda está sem definição, variando momentos bons e fracos, nenhuma estabilidade até o momento”.

Cezar Müller, diretor do AP Müller (Portão/RS), observa que a “alta dos juros nos Estados Unidos e a sobretaxa chinesa” impactaram negativamente nos negócios do curtume, que exporta toda a produção para artefatos.

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Agenda “intensa” no exterior

Diante do contexto macroeconômico mundial, o CICB explica, por meio de nota, que “buscando superar possíveis desafios de 2024, ampliar mercados e manter o crescimento das exportações, o couro do Brasil tem agenda intensa no exterior para os próximos meses. As empresas do País, com a entidade (CICB) e o Brazilian Leather (projeto setorial de internacionalização do couro brasileiro), realizado em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), estarão em missões comerciais na Ásia, além de participação em feiras setoriais em países como Vietnã, Estados Unidos, Itáli, China e México”.

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