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Exportações de couro têm a primeira queda em 2024

"Em um movimento natural de mercado", as exportações brasileiras de couro registraram sua primeira queda em 2024 após sete meses seguidos de crescimento.

Publicado em: 09/10/2024 11:27
Última atualização: 09/10/2024 11:27

Pela primeira vez em 2024, as exportações brasileiras de couro caíram na análise isolada do mês. Em agosto acabaram sendo comercializados 13 milhões de metros quadrados e 38,3 mil toneladas, que geraram US$ 88,4 milhões. Quedas de 10,9% em metros quadrados, 6,3% em toneladas e de 14,3% em valor na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços com análise do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

Em agosto, Brasil exportou 13 milhões de metros quadrados de couro

Conforme Rogério Cunha, da área de inteligência comercial do CICB, a queda nas exportações de couro verificada em agosto “trata-se de um movimento natural do mercado”. “Que pode oscilar ao longo do ano, de acordo com estoques e períodos de desenvolvimento de coleções. Nesse momento, temos também o período de férias em alguns clientes. Os valores do couro também influenciam nesse cenário. Podemos analisar que há uma confluência de todos esses fatores nesse momento para a indústria em todo o mundo”, analisa.

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Sete meses seguidos de crescimento nas exportações de couro

Por outro lado, Cunha destaca que como o Brasil teve sete meses seguidos de “crescimentos consistentes”. O acumulado desde janeiro segue positivo: 13,7% em dólares e 22,2% em área. Ao mesmo tempo, a recente participação nacional em feira chinesa deve gerar US$ 153 milhões a curtumes do Brasil.

O especialista do CICB acrescenta que alguns dos principais países importadores de couro do Brasil têm apresentado crescimentos “acima da média”, como é o caso da China e Hong Kong (principal cliente, com +21% sobre os primeiros oito meses de 2023) e do Vietnã (quarto maior mercado, com +100,9%).

Instabilidade no mercado

Cezar Müller, diretor do curtume AP Müller (Portão/RS), considera que as exportações da companhia no acumulado de janeiro a agosto de 2024 “foram consideradas muito instáveis”. “Com momentos de altos e baixos, mas de um modo geral ficaram aquém da nossa necessidade”. Ao mesmo tempo, Müller observa que “há uma instabilidade na economia mundial, que reflete no nosso negócio e nos negócios dos nossos clientes”.

Cezar Müller, diretor do curtume AP Müller

Em relação às perspectivas para o setor coureiro no exterior, Müller acredita que o panorama pode mudar a partir de “novas sinalizações da política econômica, que poderá trazer estabilidade para o mercado do couro”.

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