Exportações de couro do Brasil estão crescendo
As exportações de couro do Brasil estão crescendo em 2024. No mês de maio, o total exportado alcançou valor de US$ 116,7 milhões (alta de 28% sobre o mesmo mês de 2023). No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a soma chega a US$ 548,4 milhões. Crescimento de 17,7% sobre recorte de janeiro a maio de 2023. Em área, os números também são positivos: altas de 43,7% em metros quadrados em maio e 26,2% no acumulado do ano. As informações são do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).
Rogério Cunha, da Inteligência Comercial do CICB, comenta que os dados são animadores. Por outro lado, ele reforça que são influenciados pela catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. “O estado é o número um do ranking de exportadores brasileiros. Mesmo com as dificuldades acarretadas pelas enchentes em empresas e na estrutura logística, os índices se mantiveram praticamente estáveis em maio, o que deixa o balanço do mês com análise ainda mais positiva”, destaca.
O Rio Grande do Sul teve participação de 26,3% nas exportações do Brasil de janeiro a maio. O recorte imediatamente anterior, de janeiro a abril, foi de 26,6%.
Por outro lado, o presidente-executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (AICSul), Moacir Berger, aponta que o evento climático “ainda não teve efeito” nos embarques do mês. “Mas, é certo que a partir de junho o reflexo se fará sentido de maneira mais acentuada em função da paralisação total ou parcial de várias empresas exportadoras do setor”.
Couro gaúcho
O dirigente da AICSul aponta que os curtumes do Rio Grande do Sul “mesmo considerando as variáveis que poderiam afetar negativamente o volume de suas exportações neste começo de 2024, têm apresentado números crescentes em relação aos mesmos meses de 2023 em todo o período”. De janeiro a maio, as exportações dos gaúchos geraram US$ 144,47 milhões, aumento de 19% relação ao mesmo período do ano anterior. “Da mesma forma, o desempenho considerando o volume físico em metros quadrados também foi positivo em 37,7% nos primeiros cinco meses de 2024, na comparação ao mesmo intervalo de 2023”, observa Berger.
Os principais importadores de couro brasileiro no acumulado do ano, segundo o CICB, em valores são países asiáticos e norte-americanos. A relação inclui China e Hong Kong (32,4% de participação), Estados Unidos (13,8%), Itália (12,0%), Vietnã (9,9%), México (5,8%) e Tailândia (3,3%).
Negócios “razoáveis” e semestre “desafiador”
A Indústria de Peles Minuano (Lindolfo Collor/RS), manteve regularidade nos seus negócios com o mercado externo no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024. “As exportações foram, de certa forma, razoáveis, principalmente devido à arrancada do ano um pouco mais lenta que o normal”, afirma Mateus Leão Enzveiler, business manager da companhia que é a maior produtora mundial de tapetes em couro com pelo. Ao mesmo tempo, o gestor prevê um segundo semestre “desafiador com o mercado externo não muito animado”.
Atualmente, a empresa gaúcha do setor coureiro atende, principalmente, os segmentos moveleiro e de decoração, e exporta para os mercados europeu e asiático.
Dentro das médias mensais de 2024
De acordo com o CICB, “apesar do forte impacto” nos principais pontos de escoamento das exportações gaúchas em maio devido às enchentes, afetando as exportações totais em cerca de 14%, o setor do couro gaúcho manteve os embarques dentro das médias mensais de 2024, “o que fez com que o share ficasse praticamente inalterado até o momento”.
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