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Exportações de calçados até setembro já superam todo 2021

Exportações de calçados até setembro já superam todo 2021

O setor calçadista brasileiro segue em tendência de crescimento nas exportações de calçados. Entre janeiro e setembro, as exportações do setor somaram 107,9 milhões de pares, que geraram US$ 990,35 milhões, resultados superiores tanto em volume (+25%) quanto em receita (+60%) em relação ao mesmo período do ano passado. O valor gerado já supera o registrado em todo o ano de 2021 – quando as exportações geraram US$ 900 milhões. Os dados foram elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Segregando apenas o mês de setembro, foram embarcados 10,33 milhões de pares por US$ 109,45 milhões, resultado inferior em volume (-6%) e superior em receita (+42%) em relação ao mês correspondente do ano passado.

“Em relação ao mesmo período de 2019, portanto na pré-pandemia, já crescemos mais de 35% (em receita). Também aumentamos o preço médio do par embarcado, de US$ 7 para US$ 10,60, o que demonstra que estamos exportando produtos com maior valor agregado. É um bom momento para as exportações brasileiras”, afirma o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.

Impactam positivamente o aumento dos embarques para os países vizinhos, que vêm sofrendo com os altos custos de fretes da Ásia. “Existe um momento de busca desses países por fornecedores mais próximos geograficamente. O Brasil, como é o principal produtor fora da Ásia, vem atraindo esses mercados”, comenta Ferreira, ressaltando que dos dez principais destinos do calçado brasileiro no exterior, oito são do continente.

O principal destino das exportações de calçados brasileiros, entre janeiro e setembro, foi os Estados Unidos. No período, foram embarcados para lá 15,3 milhões de pares, que geraram US$ 270,78 milhões, resultados superiores tanto em volume (+51,7%) quanto em receita (+77%) na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

O segundo maior importador do calçado verde-amarelo dos nove meses foi a Argentina, apesar da dilatação – até dezembro – da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) que altera o acesso ao Mercado único de Câmbio para pagamento de importações e que libera os pagamentos das mercadorias importadas somente após 180 dias. Entre janeiro e setembro, os hermanos importaram 13,35 milhões de pares brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 145,3 milhões, resultados superiores tanto em volume (+44,8%) quanto em receita (+80,3%) em relação ao período correspondente de 2021.

O terceiro destino do calçado brasileiro no exterior foi a França. Entre janeiro e setembro, foram embarcados para lá 5,3 milhões de pares, que geraram US$ 48,85 milhões, resultado estável em volume e incremento de 14,6% em receita na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

Estados
O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul. Entre janeiro e setembro, saíram das fábricas gaúchas rumo ao exterior 33,18 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 471,83 milhões, incrementos tanto em volume (+49,7%) quanto em receita (+73,3%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

A segunda origem das exportações brasileiras de calçados foi o Ceará, que no período embarcou 31,44 milhões de pares por US$ 200,53 milhões, altas de 19,4% e 36%, respectivamente, ante mesmo ínterim de 2021.

No terceiro posto entre os exportadores do setor está São Paulo, que entre janeiro e setembro embarcou 8 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 103,4 milhões, incrementos de 31,7% e de 58,5%, respectivamente, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.

O quarto exportador de calçados do Brasil foi Minas Gerais, de onde partiram 10,17 milhões de pares por US$ 64,6 milhões, números superiores tanto em volume (+35,5%) quanto em receita (+82,7%) em relação aos nove meses de 2021.

Importações
No mês nove, entraram no Brasil 1,86 milhão de pares, pelos quais foram pagos US$ 37,17 milhões, incrementos de 50% e de 65% em relação ao mesmo mês do ano passado. A principal origem das importações do mês foi o Vietnã, que embarcou para o Brasil 975,45 mil pares por US$ 19,84 milhões, resultados superiores tanto em volume (+69,3%) quanto em receita (+110%) em relação a setembro de 2021. Em seguida apareceram Indonésia (2,3 milhões de pares e US$ 5,74 milhões, altas de 12,5% e de 3,6%) e China (172,5 mil pares e US$ 3,46 milhões, quedas de 4,5% e de 5,3%).

No acumulado dos nove meses, as importações somaram 20,28 milhões de pares e US$ 271,43 milhões, incrementos tanto em volume (+23%) quanto em receita (+15,6%) em relação ao mesmo período do ano passado. A principal origem do ano foi o Vietnã, que embarcou para o Brasil 6 milhões de pares por US$ 126 milhões, quedas de 10,2% e de 4,4%, respectivamente, ante mesmo intervalo de 2021. A segunda origem das importações foi a Indonésia, com 2,3 milhões de pares e US$ 46 milhões, altas de 12% e de 23,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A China aparece na terceira posição entre os países que mais venderam calçados para o Brasil, com 8,77 milhões de pares e US$ 38,6 milhões, altas de 53,3% e de 46%, respectivamente, no comparativo com 2021.

Em partes para calçados – cabedais, palmilhas, solas, saltos etc – as importações dos nove meses somaram US$ 21,9 milhões, 13% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.

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