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Exportações brasileiras de couro crescem mais de 15% em valor

Brasil exportou 97,7 milhões de metros quadrados de couro no primeiro semestre de 2024

Exportações brasileiras de couro crescem mais de 15% em valor

As exportações brasileiras de couro cresceram no primeiro semestre de 2024. Nesse sentido, nos primeiros seis meses do ano, o setor coureiro nacional exportou 97,7 milhões de metros quadrados (m²), gerando US$ 650 milhões. Aumentos de 24,4% em área e de 15,4% em valor na comparação com igual período do ano passado. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e analisados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

Brasil exportou 97,7 milhões de metros quadrados de couro no primeiro semestre de 2024
Arquivo/GES Brasil exportou 97,7 milhões de metros quadrados de couro no primeiro semestre de 2024

Rogério Cunha, da área de Inteligência Comercial do CICB avalia o fechamento do semestre como positivo, mas observa que os dados “devem ser analisados com cautela”. “Junho teve performance menor do que os meses anteriores, crescendo 4,4% sobre junho de 2023. Esperamos continuar coma tendência de alta para o segundo semestre, sem desacelerar nas ações de promoção comercial e incentivo às exportações”, comenta.

Rogério Cunha, da Inteligência Comercial do CICB
Divulgação/CICB Rogério Cunha, da Inteligência Comercial do CICB

O Rio Grande do Sul respondeu por 25,6% da área e 26,6% do valor das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2024. Nesse ínterim, os gaúchos exportaram 25 milhões de m², gerando US$ 173,2 milhões. Aumentos de 32,7% em valor e de 16,3% em área em relação a igual período de 2023.

Segundo o presidente-executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (AICSul), Moacir Berger, o desempenho do setor coureiro gaúcho no mercado externo, que indicava tendência de alta no primeiro trimestre, “se consolidou definitivamente” no fim do primeiro semestre”. “Com números até surpreendentes se considerado o período atípico pelo qual passou o setor e o estado passaram no início de maio (catástrofe climática)”, avalia o dirigente.

Moacir Berger, presidente-executivo da AICSul
Divulgação/AICSul Moacir Berger, presidente-executivo da AICSul

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Exportações: principais mercados

Os principais mercados para o couro brasileiro no primeiro semestre de 2024 foram os seguintes: China e Hong Kong (participação de 32,2% no total das exportações, alta de 20,7% sobre mesmo período de 2023), Itália (share de 12,5% e alta de 13,6%), Vietnã (10,10% de participação, ou 104,9% a mais) e México (5,9% do total, alta de 56,0%).

Do mesmo modo, China (26,1%), Itália (10,1%) e Vietnã (9,4%) foram os países mais representativos dentre os clientes internacionais dos curtumes gaúchos no primeiro semestre de 2024. “É de ressaltar ainda, que 70,3% dos couros e peles acabaram sendo exportados nos estágios acabado e semiacabado”, comenta o presidente-executivo da AICSul.

Mercado interno

Entretanto, com relação às vendas de couro no mercado interno, o dirigente da AICSul observa que “a realidade é um pouco diferente”. “Desde muito tempo o setor não observa qualquer acréscimo considerável na demanda por couro industrializado no mercado interno”, frisa. Nesse sentido, segundo Berger, o mercado interno de calçados e artefatos “vê crescer a demanda por produtos de menor valor agregado, de largo consumo e de pouca durabilidade, que não usa couro no processo, reduzindo desta forma a participação dos curtumes neste mercado”.

Calçados para exportação

Por outro lado, o executivo acrescenta que o segmento exportador de calçados e artefatos, “tem garantido aos curtumes a parcela de consumo necessária à manutenção dos níveis de produção, mesmo que em volumes menores do que os já praticados”.

Além disso, em relação às perspectivas para o setor coureiro gaúcho, Berger “espera a volta à normalidade climática, política e social para ver recomposta a atividade plena das empresas, de modo a gerar receitas compatíveis com os investimentos aportados, permitindo a geração de emprego, riquezas e tranquilidade social”.

Negócios estáveis

O Cortume Krumenauer (Portão/RS), companhia que atualmente tem capacidade instalada para produzir 1,3 mil couros/dia, registrou estabilidade nas exportações do primeiro semestre de 2024. “As vendas foram praticamente iguais aos primeiros seis meses do ano passado”, aponta o diretor comercial da empresa, Joel Krummenauer. Por fim, ele projeta que as vendas sigam estáveis neste segundo semestre. “Não há nenhuma perspectiva de crescimento ou melhora no mercado, que continua abaixo do que tivemos em 2022, no pós-pandemia”, acrescenta.

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