Empresa especializada em pele de peixe recebe R$ 2 milhões em investimento

A startup Yara (Santana/AP), que se conceitua como um “ecossistema de pescado inteligente” e que em uma de suas frentes atua no beneficiamento de pele de peixe para a indústria da moda, recebeu, recentemente, um aporte financeiro da ordem de R$ 2 milhões. Os recursos são do Programa Prioritério de Bioeconomia (PPBio), coordenado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus e executado pelo Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (Idesam).

Segundo a empresa, o investimento permitirá, nos próximos quatro meses, a ampliação do portfólio de produtos e a construção do primeiro “curtume verde” da Amazônia para o começo da escalabilidade do processamento de peles de peixe.

Em nota, a startup explica que tem concentrado a sua atuação no “desenvolvimento da cadeia do pescado de ponta a ponta” e trata a pele do peixe “não como resíduo, mas como matéria-prima”.

“Para nós esse investimento é a oportunidade de mostrar que é esse o tipo de desenvolvimento adequado para a região amazônica, o que para muitos é lixo, é um problema quase que insolúvel, para nós é um rio de oportunidades e que nós estamos prontos para mergulhar”, destaca a CEO da Yara, Bruna Freitas.

O Idesam, instituto que executa o programa PPBio, avalia as empresas em potencial e faz a conexão entre investidores da indústria e as startups.

“Green Leather”

A tecnologia da Yara se baseia no desenvolvimento do “Green Leather”, um material produzido de forma sustentável, desde a aquisição das peles do peixe (evitando que virem lixo e sejam descartados incorretamente), até o beneficiamento do produto final que tem em seu processo ingredientes orgânicos da própria floresta.

Nos próximos quatro meses, a empresa se dedicará à ampliação da gama de produtos disponíveis e instalará o primeiro curtume verde da Amazônia para o começo do processo de escala.