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Desaquecimento da economia internacional provoca queda nas exportações de calçados

Embarques também foram impactados pelas altas de juros e arrefecimento da demanda nos Estados Unidos

Publicado em: 11/09/2023 16:03
Última atualização: 12/08/2024 16:06

O desaquecimento da economia internacional, somado às altas taxas de juros e arrefecimento da demanda por calçados em países como os Estados Unidos, impactaram diretamente no resultado das exportações calçadistas do Brasil em agosto, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Conforme a entidade de classe, no mês oito foram embarcados 9,34 milhões de pares, que somaram US$ 95,6 millhões, quedas de 12,8% em volume e de 18,6% em receita no comparativo com o mesmo mês do ano passado.

"Esperamos alguma melhora nos últimos meses do ano, mas mesmo assim devemos fechar 2023 com índices entre 6,7% e 9,1% inferiores aos registrados em 2022 (em pares)”, projeta o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressaltando que, mesmo com o resultado, os índices ficarão acima dos registrados na pré-pandemia, em 2019.

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Acumulado do ano

Entre janeiro e agosto, as exportações do setor somaram 82,28 milhões de pares, que geraram US$$ 823,15 milhões, quedas de 15,7% em volume e de 6,6% em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Principais mercados

Mesmo representando pagamentos em função da medida do Banco Central da República Argentina (BCRA) que alterou as condições de acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações, causando atrasos de até seis meses nos pagamentos, a Argentina segue como o principal destino do calçado brasileiro no exterior. Entre janeiro e agosto, foram embarcados para lá 10,76 milhões por US$ 168 milhões, queda de 8,1% em volume e incremento de 32% em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Os Estados Unidos, segundo destino do calçado brasileiro no exterior, também vem sendo afetado pela queda na demanda e juros históricos, o que tem impactado as exportações brasileiras para lá. Entre janeiro e agosto, foram embarcados ao mercado estadunidense 7,34 milhões de pares por US$ 161 milhões, quedas de 48,8% em volume e de 34,6% em receita no comparativo com intervalo correspondente do ano passado.

Estados exportadores

O Rio Grande do Sul segue sendo o principal exportador de calçados no Brasil. Entre janeiro e agosto, as fábricas gaúchas embarcaram 24,63 milhões por US$ 378,7 milhões, quedas de 15,5% em volume e de 8,5% em receita no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado.

O segundo maior exportador do período foi o Ceará, de onde partiram 24,9 milhões de pares por US$ 184,96 milhões, queda de 12,8% em volume e incremento de 1,6% em receita na relação com os oito primeiros meses de 2022.

Na sequência, entre os estados exportadores, apareceram São Paulo (5,33 milhões de pares e US$ 77 milhões, quedas de 24,4% e de 14,6%, respectivamente) e Bahia (2,87 milhões de pares e US$ 58,9 milhões, queda de 7,8% em volume e incremento de 27,7% em relação a 2022).

(*) Com informações da Abicalçados.

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