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De olho na competitividade, fabricantes de calçados ampliam mix de produtos

De olho na competitividade, fabricantes de calçados ampliam mix de produtos

Para se manterem competitivas no mercado, algumas marcas brasileiras de calçados têm apostado no aumento do seu mix de produtos. Dentro desta estratégia está o investimento no lançamento de itens para novos nichos de mercado e também na ampliação do público-alvo, por exemplo.

Basicamente, o conceito de mix de produtos é comumente utilizado para indicar a variedade ofertada pela empresa ao mercado. O objetivo está em atingir um nível satisfatório de abrangência, o que de certa forma se torna uma vantagem competitiva.

Quando falamos em mix de produtos, a primeira palavra que vem à mente é variedade. É claro que a definição dos itens ofertados deve ser feita de forma criteriosa e estratégica, a fim de manter a identidade da marca e fidelizar os consumidores.

Na visão do empresário Vinícius Dapper, designer de calçados ou sapateiro como ele gosta de ser chamado, o mix de produtos “é uma das essências de uma operação saudável, sobretudo quando trabalhamos com volumes maiores de estoque”. “Deve ser ampliado com equilíbrio entre uma estratégia mais agressiva e uma mais conservadora. Alguns produtos saem do tradicional e outros podem trazer uma base mais minimalista, mantendo a expectativa dos clientes sem deixar de inovar”, analisa.

“Entender o cliente”

O designer acrescenta, que antes de ampliar o portfólio, as marcas “precisam entender o cliente”. “Desta forma podemos gerenciar o que permanece na grade (grade de produtos é um conceito utilizado para poder vender o mesmo produto com características diferentes), o que é reposto automaticamente e o que lançaremos”, comenta Dapper.

Atuando em projetos de footwear focados em sustentabilidade e lifestyle, com viés social e esportivo, Dapper entende que a estratégia de portfólio tem relação com todos os pilares do negócio (leia-se Marketing, design, P&D, comercial, financeiro e produção).

“Do ponto de vista comercial e de operações é importante categorizarmos os produtos por precificação, estilo e entender os custos e investimentos necessários. Dessa forma, entendendo também o cliente, podemos gerenciar o que permanece na grade, o que é reposto automaticamente e o que lançaremos”, explica. O designer acrescenta que, além do que já foi referido, a “inovação e a liberdade de criação não podem de forma alguma serem esquecidas”.

Por fim, Dapper cita que existem algumas bases de categorias de produtos já bastante utilizadas, “como uma pirâmide ou alguns quadrantes que geram um mapa com o respectivo posicionamento de cada item que será lançado ou que está no mercado”.

Personalização

Dentro de sua estratégia de ampliação do mix de produtos, Dapper leva em consideração na hora de desenvolver algum produto para sua marca de sneakers artesanais “o atendimento e a personalização dos itens” para os clientes. “Além de termos em nosso DNA o atendimento e os produtos personalizados, essa interação com os clientes e parceiros também agrega muito para o desenvolvimento nos nossos materiais”, acrescenta.

Calçados de performance

Buscando ampliar seu mix de produtos e aproveitando a expertise no desenvolvimento e na produção de tênis para marcas esportivas internacionais, o Grupo Ramarim (Nova Hartz/RS) lançou, recentemente, uma linha de calçados de performance. O produto, foi desenvolvido sem costura, com EVA emborrachado e sola de borracha. “Quando incluímos o tênis no nosso mix já foi algo disruptivo, tornando-o um tênis de moda. Agora estamos abrindo ainda mais este leque com um tênis de performance, que permite correr uma maratona de até 15 KM”, conta o gestor de Marketing do Grupo Ramarim, Nelson Magagnin.

Para lançar a sua linha de performance, o Grupo Ramarim renovou a identidade da marca própria Ramarim. “Com esta renovação de marca conseguimos chamar a atenção de um público-alvo mais jovem”, explica Magagnin. Segundo ele, o investimento em um novo nicho de produtos atende uma demanda de mercado. “Nossa intenção é conseguir ofertar um produto para as mulheres que buscam bem-estar. Então, aproveitamos a nossa expertise e tecnologia para desenvolver um calçado de performance que atenda esta crescente demanda de mercado”, acrescenta o gestor.

Ampliação da faixa etária

Com foco em uma nova faixa etária de consumidoras, a partir dos 18 anos, a marca de calçados Dijean (Birigui/SP) apresentou, no fim de novembro, a sua mais recente coleção. Segundo a etiqueta, que desde 2020 é produzida pelo Grupo Dok (Birigui/SP), o lançamento representa “não apenas uma expansão de mercado, mas também um convite para as mulheres jovens se expressarem através da moda”. Ao todo, são nove linhas e 53 modelos com foco em atributos como estilo e conforto.

A marca acrescenta que a implementação de uma nova faixa etária reflete “não somente uma evolução estética, mas reforça um compromisso com a inovação e a conexão com o público-alvo”.

O diretor comercial do Grupo Dok, Sérgio Bisotto, explica que a decisão de ampliar a sua oferta de produtos “é uma evolução natural, permitindo que mais consumidoras tenham acesso a calçados que não apenas seguem as últimas tendências, mas também proporcionam conforto duradouro”.

“Os novos produtos foram desenvolvidos com materiais nobres e tecnológicos, refletindo o compromisso contínuo da Dijean em oferecer não apenas moda, mas também uma experiência completa para diferentes idades”, reforça Bisotto.

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