Com R$ 32 milhões em dívidas, fábrica de calçados tem falência decretada
Acumulando dívida de R$ 32,7 milhões, o grupo de empresas São Francisco, com negócios voltados à produção de calçados em São Francisco de Paula/RS e Parobé/RS, teve, recentemente, falência decretada pela Justiça. Há nove meses, o empreendimento havia feito pedido de recuperação judicial e o plano seria votado pelos credores neste mês. No entanto, os cerca de 158 funcionários da companhia foram surpreendidos, na semana passada, ao chegarem para trabalhar e encontrar as fábricas fechadas e sem os maquinários.
Conforme o despacho do Juiz de Direito da Vara Regional Empresarial de Novo Hamburgo, Alexandre Kosby Boeira, houve a constatação de abandono do empreendimento e de que a retirada dos equipamentos era para evitar que fossem vendidos para a quitação das dívidas.
“Comprovado o abandono do negócio e o desvio patrimonial, tem-se a plena caracterização da insolvência e convolação da recuperação judicial em falência constitui-se o modo mais célere de recuperação e realocação dos ativos do empreendimento inviável, a fim de, por um lado, zelar pelo bom funcionamento das estruturras de mercado, por outro maiximizar seu valor para que os credores possam ser minimamente satisfeitos”, diz o despacho do magistrado.
Ao Exclusivo, a empresa informou que a crise foi agravada pela pandemia de Covid-19, que impactou a produção e consequetemente, o faturamento.
Parobé
Em Parobé/RS, a empresa mantinha 120 funcionários. Conforme o presidente do Sindicato dos Sapateiros de Parobé (Sindparobé) e da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçado e Vestuário do RS (FETICVERGS), João Pires, há alguns anos a calçadista não cumpria com as suas obrigações trabalhistas. “Há bastante tempo não era depositado o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) dos funcionários, além disso a empresa não cumpria com os pagamentos das rescisões”, afirma o dirigente. Segundo ele, os trabalhadores estão recebendo suporte do sindicato para garantir o recebimento das verbas rescisórias.
Ainda conforme Pires, por meio da Justiça, o sindicato dos trabalhadores conseguiu recuperar dois caminhões com máquinas que haviam sido retiradas da fábrica de Parobé.
São Francisco de Paula
Na cidade de São Francisco de Paula/RS, a calçadista empregava 38 funcionários. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados e Vestuário de Gramado, Canela e São Francisco de Paula, Nelson, Gross, há cerca de um ano a empresa não depositava o FGTS dos trabalhadores. “Inclusive, a empresa havia solicitado o parcelamento do pagamento do FGTS e que também não estava sendo cumprido”, comenta Gross. Conforme o dirigente, o sindicato está dando suporte aos demitidos na solicitação do Seguro-Desemprego e na regularização dos pagamentos do FGTS.
Share this content: