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Com destaque para o agro, PIB avança 2,9% em 2023

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Com destaque para o agro, PIB avança 2,9% em 2023

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 1º de março, os dados consolidados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2023. De acordo com o IBGE, o PIB encerrou o ano com crescimento de 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões.

Ao analisarmos os números do PIB pela ótica da oferta, percebemos que o crescimento foi puxado pelo setor agropecuário. Ele apresentou impressionante expansão de 15,1% em 2023. O forte ritmo de crescimento do setor foi liderado pela produção de soja (27,1%) e de milho (19,0%).

PIB por setores

Já o setor de serviços, que tem o maior peso no PIB, apresentou crescimento bem mais modesto (2,4%) em 2023. Puxado pela expansão dos serviços de intermediação financeira (6,6%) e de atividades imobiliárias (3,0%).

Dos três grandes setores que compõem o PIB, o que apresentou menor taxa de crescimento (1,6%) foi o setor industrial. Os maiores destaques positivos vieram da indústria extrativista (8,5%) e da produção e distribuição de energia, gás e água (6,5%), enquanto a indústria manufatureira encolheu 1,3%.

Já quando analisamos o PIB pela ótica da demanda, todos os componentes apresentaram crescimento em 2023. No entanto, há exceção da chamada formação bruta de capital fixo (o volume de investimentos da economia).

Consumo

O consumo do governo cresceu 1,7%, e o consumo das famílias, principal força motriz da economia, avançou 3,1%. A queda da taxa de desemprego, o arrefecimento da inflação em 2023 e os programas de transferência de renda foram os fatores que ajudaram a explicar o bom resultado do consumo das famílias no ano passado.

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Todavia, o elevado grau de endividamento, apesar do programa Desenrola Brasil, e a taxa básica de juros ainda em patamar elevado, contribuíram para que o resultado não fosse melhor.

Já a formação bruta de capital fixo, que havia avançado de forma modesta (0,9%) em 2022, apresentou, no ano passado, queda de 3,0%. Puxado pela forte retração na produção de máquinas e equipamentos (-9,4%).

No que tange ao comércio exterior, as importações registraram queda de 1,2%. Enquanto as exportações apresentaram forte crescimento (9,1%), favorecidas pelas vendas de produtos alimentícios, minério de ferro e derivados de petróleo.

Apesar dos resultados favoráveis, quando se olha para os dados trimestrais, percebe-se que de outubro a dezembro a atividade econômica ficou estagnada (0,0%) quando comparado ao trimestre imediatamente anterior. Isso já havia acontecido também no trimestre compreendido entre julho e setembro, revelando um ritmo de atividade bastante distinto ao longo do ano.

Em 2023, acabamos tendo um primeiro semestre bastante aquecido. Ele foi puxado sobretudo pela forte expansão do setor agropecuário, porém, durante o segundo semestre, a atividade econômica acabou ficando estagnada, o que acende um sinal de alerta para 2024.

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