Negócios
Carlos Mestriner: 'desde jovem fui atraído pelo setor calçadista'
Há 40 anos o empresário paulista criou a Klin, marca que se tornou referência em calçados infantis
Última atualização: 03/09/2024 14:53
A série Feed de Mercado dá sequência ao projeto Calçado & Carreira. Capitaneado pelo Jornal Exclusivo e Orisol do Brasil, apresenta cases inspiradores e valoriza os profissionais que fazem a diferença no setor calçadista, tanto no mercado nacional como internacional.
Carlos Alberto Mestriner, o Carlinhos, fundador da Klin Produtos Infantis – empresa referência na produção de calçados infantis no Brasil e que, nesta terça-feira (11), completa 40 anos de mercado –, nasceu em 15 de janeiro de 1963, na cidade de Birigui/SP. Foi criado pelos pais, juntamente com cinco irmãos. "Num ambiente de muito amor e de valores virtuosos impecáveis, que me fez aprender a 'me virar' desde cedo", recorda. Ainda jovem acabou "atraído" pelo mundo dos calçados. "Meu coração acelerava toda vez que eu via o processo produtivo calçadista, sentia afinidade e carinho pela produção dos 'sapatinhos'", frisa. Iniciou sua trajetória profissional aos 12 anos de idade como office boy, e logo na sequência passou a integrar as áreas comercial e técnica da empresa Incal, fornecedora de materiais para a indústria calçadista. "Era representante da Bertoncini. Nesse emprego desenvolvi uma grande afinidade com o setor calçadista, pois passava a maior parte do tempo dentro das indústrias", conta.
Em 1980, aos 17 anos de idade, Carlinhos iniciou a faculdade de Direito. "Mas sempre com o sonho de ser empreendedor e isso foi se tornando realidade, mesmo eu entendendo que apenas empreender não era o suficiente", pontua. Com o passar dos anos, o jovem foi adquirindo conhecimento no setor calçadista. "E aprendendo mais detalhes técnicos dos calçados e desbravando mercados", recorda ele, mencionando que a experiência como representante comercial de empresa fornecedora de materiais para a indústria de calçados foi determinante para criar há 40 anos a Klin. "Naquela época formei uma ideia embrionária quanto a iniciar uma atividade empresarial e já no início dos anos 80, adquiria a primeira máquina (das setes compradas para iniciar a empresa) com sobras de economias, para abrir a Klin em 11 de julho de 1983. Desde lá, já sabia que precisaria de uma equipe competente e, depois de algum tempo convidei meu irmão Valdir para fazer parte desta jornada", comenta o empresário.
Busca pela excelência
Hoje, a Klin tem quatro fábricas (Birigui/SP, Gabriel Monteiro/SP, Penápolis/SP e Três Lagoas/MS), que produzem 5,5 milhões de pares/ano, para 9 mil pontos de vendas em 30 nações, como Japão, México, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, países do Oriente Médio, entre outros. "A Klin representa minha paixão e meu desejo de superar limites. Cada 'sapatinho' que sai de nossas fábricas é uma obra de arte, uma expressão de caminhar saudável e com belo design. Ao criar a marca, não buscava apenas a vitória profissional, mas também a excelência em todos os aspectos", comenta Carlinhos.
Posicionamento reavaliado
O empresário recorda que, ao longo de seus 40 anos de mercado, a Klin enfrentou diversos desafios, fazendo com que a empresa reavaliasse seu posicionamento estratégico no mercado. "Fatores como vulnerabilidade do setor frente à variação cambial, concorrência de empresas asiáticas, legislações tributárias onerosas para a indústria calçadista, enfim, cenários que nos fizeram buscar novos formatos de trabalho. Aprendizados estes, inclusive, que nos elevaram a outros patamares, desenvolvendo nosso espírito cooperativista, potencializando, fortalecendo e incrementando nosso segmento", sustenta.
Além dos desafios e obstáculos em suas quatro décadas de história, a Klin também precisou se adaptar às mudanças no mundo e se adequar aos novos comportamentos de consumo e hábitos de compra. "No entanto, a paixão que me impulsionava no começo da marca nunca diminuiu, mesmo nos momentos mais difíceis eu sabia que a Klin era mais do que apenas uma marca, era uma filosofia de vida", comenta Carlinhos.
Com a marca chegando aos 40 anos de mercado e se mantendo como sinônimo de calçado infantil, o empresário conta que os sentimentos são de realização e gratidão. "Hoje, olhando para trás, vejo como a Klin se tornou um símbolo duradouro de excelência, inovação e paixão. Ela continua a emocionar e encantar os pais e as crianças. Passaram-se 40 anos e o nosso legado vive através dos 'sapatinhos', que carregam o nome Klin e da dedicação incansável de todos aqueles que trabalham na empresa", destaca Carlinhos.
Empresário
Carlinhos conta que seu sonho sempre foi ser um empresário "moderno e bem-sucedido". "E a prática me ensinou que empreendedores precisam ser resilientes, aprender rápido e se reciclarem, caso contrário, ficam no meio da jornada. O mundo é extremamente veloz, e para ter sucesso é preciso ter agilidade, persistência, fé e coragem para ousar. É preciso aprender e se reciclar sempre."
O empresário lembra que sempre foi "determinado a vencer e disposto a fazer o possível para alcançar o sucesso". "Queria ir além. Queria que nossos calçados fossem sinônimo de caminhar saudável, e uma empresa inovadora. Assim, persistimos em construir uma marca que fosse reconhecida no Brasil e em várias partes do mundo."
Sheepdog: o famoso mascote
Impossível falar da Klin e não lembrar do emblemático mascote: um cão da raça sheepdog, que passou a fazer parte da família em 1996, após anos de pesquisa para selecionar o símbolo da marca. "Tivemos a felicidade de escolher o sheepdog por ele realmente ter a essência da marca e uma afinidade incrível com os pequenos consumidores", comenta Carlinhos. "Sempre tivemos um personagem, mas com o passar dos anos concluímos que precisávamos de um mascote para representar a marca Klin, e ser o melhor amigo das crianças. E o cão sheepdog é uma raça muito ativa, alegre, com muita energia, dócil e gentil", acrescenta.
E os próximos 40 anos?
Para os próximos 40 anos da Klin, o empresário projeta seguir investindo na empresa a partir de seu planejamento estratégico. "Sempre focado nas pessoas (internas e externas) e também no resultado. É preciso reduzir custos, investir no parque fabril e em novas tecnologias, otimizar recursos, desenvolver o espírito cooperativista e buscar conhecimentos, aprendizados e novas experiências para impactarmos positivamente todo nosso holograma/stakeholders", comenta.
Sobre as projeções das próximas quatro décadas da marca, Carlinhos acrescenta que a ideia é seguir trabalhando para que a Klin se mantenha como uma "marca forte e competitiva" no mercado. "Queremos seguir sendo guardiões dos valores, da estratégia e da cultura desta história, criando oportunidades e enxergando possibilidades, crescendo e sendo reconhecidos pelo nosso propósito."