Negócios
Após duas quedas consecutivas, confiança do empresário da indústria voltar a crescer
Fiergs aponta que o cenário para o setor nos próximos meses segue "pouco favorável"
Última atualização: 10/09/2024 15:31
Depois de duas quedas consecutivas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS), divulgado nesta segunda-feira, 20, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), voltou a crescer em março, 0,9 ponto em relação a fevereiro, para 46,8. Foi a segunda alta em seis meses, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas do período, que alcançam 16,1 pontos.
O ICEI-RS varia de zero a cem pontos e, ao fixar-se abaixo dos 50, revela a indústria gaúcha sem confiança, algo que ocorre desde novembro de 2022.
“Os resultados sugerem que a confiança se acomodou em um patamar muito baixo. Nesse sentido, o cenário para a atividade do setor nos próximos meses continua pouco favorável, à medida que nessa situação os empresários são menos propensos a investir e a contratar”, diz o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
Até setembro de 2022, a confiança da indústria gaúcha avançava, refletindo a retomada da economia e os menores gargalos na cadeia de suprimentos. A partir de outubro, porém, os índices passaram a cair sob os impactos da incerteza gerada a partir das eleições, da desaceleração econômica nacional e internacional e do aumento dos juros.
Índices
O ICEI-RS é composto por dois índices: Condições Atuais, resultado da percepção corrente dos empresários, e o de Expectativas, da avaliação futura, sobre a economia brasileira e sobre a própria empresa. Em março, o aumento da confiança foi puxado pelas expectativas, visto que as condições atuais continuaram a se deteriorar.
O Índice de Condições Atuais registrou 41,1 pontos no mês, revelando, abaixo de 50, condições piores. O índice caiu 0,4 ante fevereiro, a sexta seguida (-17,1 pontos). A percepção dos empresários gaúchos, em março, foi a mais negativa desde julho de 2020 (35 pontos), quando o setor enfrentava a crise causada pela pandemia de Covid-19.
O Índice de Condições Atuais da Economia Brasileira recuou 0,6 ponto ante fevereiro, para 35,5. Desde outubro de 2022, já perdeu 23,5 pontos. Em março, 56,4% das empresas percebiam piora nas condições da economia e somente 3,9% viam melhora. A situação das empresas também se deteriorou: o Índice de Condições Atuais das Empresas foi de 43,9 pontos, menos 0,3 ante fevereiro e 13,9 pontos frente aos últimos seis meses.
Expectativas
Já a percepção do industrial gaúcho para os próximos meses melhorou um pouco, mas ainda segue abaixo dos 50 pontos. O Índice de Expectativas cresceu 1,6 ponto ante fevereiro, alcançando 49,7, em março. Foi a segunda alta seguida (+2,5 pontos), mas ainda distante de reverter a queda acumulada que chega a 15,6 pontos desde outubro de 2022. Abaixo, mas próximo dos 50 pontos, revela uma redução do pessimismo para uma quase neutralidade. As avaliações dos empresários, porém, são discrepantes, mostrando pessimismo, ainda que menor, com relação ao futuro da economia brasileira: o índice subiu de 40,7, em fevereiro, para 42,4 pontos, em março.
Em relação ao futuro das próprias empresas, a situação é diferente. Um maior otimismo é revelado na pesquisa, com o resultado pulando de 51,8 para 53,4 pontos entre fevereiro e março. Este mês, 41,4% e 15,5% dos empresários gaúchos estão, respectivamente, pessimistas e otimistas com relação ao futuro da economia do país. Os mesmos percentuais, para o caso das próprias empresas foram de 18,8% e 32%.