Alpargatas abre execução judicial contra o empresário Carlos Wizard
A Alpargatas (São Paulo/SP), dona da marca de sandálias Havaianas, abriu processo de execução judicial contra o empresário Carlos Wizard, pelo não pagamento da primeira parcela do preço remanescente da compra de participação da Alpargatas S.A.I.C.(Alpargatas Argentina), estimado em R$ 89,7 milhões.
Segundo fato relevante divulgado pela Alpargatas, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o pagamento venceu no dia 6 de março, conforme acordo firmado entre o empresário e a companhia em setembro de 2018.
A Alpargatas anunciou em setembro de 2018 acordo para vender 22,5% de seus negócios na Argentina para Wizard, com direito de compra do restante — que foi exercido em 2019 pelo empresário, segundo divulgado anteriormente pela companhia.
Em razão do descumprimento, pelo comprador, de obrigações de prestação de garantias previstas no acordo de compra e venda, a Alpargatas informa que declarou “o vencimento antecipado das parcelas restantes do preço remanescente e ingressou com processo de execução judicial em face do comprador (execução judicial)”.
Execução judicial tramita sob segredo de Justiça
A execução judicial, acrescenta a empresa, atualmente tramita sob segredo de Justiça e visa a execução do montante de R$ 266 milhões. A Alpargatas também informa que Wizard instaurou procedimento arbitral junto ao Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) para discutir o descumprimento do acordo pelas partes.
“O Procedimento Arbitral se encontra em um estágio inicial, mas, pela análise preliminar das manifestações do Comprador, a companhia, em conjunto com seus assessores legais, acredita que os pedidos do Comprador são infundados”, diz a empresa.
A Alpargatas afirma que adotará todas as medidas cabíveis para a defesa de seus direitos na execução judicial e no procedimento arbitral e comunicará eventuais novos desdobramentos relevantes dos processos em questão.
O que diz Carlos Wizard?
Em nota, o empresário classificou o comunicado da Alpargatas como “tentativa de intimidação”. Ele explica que a discordância com a empresa teria ocorrido “em virtude de inconsistências no reembolso de indenizações; divergências sobre a dívida líquida da companhia; demandas de terceiro de responsabilidade da Alpargatas; e atos governamentais ocorridos na Argentina”.
Segundo Wizard, seus representantes procuraram a Alpargatas ao longo de 2022 para um ajuste no preço de aquisição.
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