No túnel do tempo, por Gloria Kallil
Embarque nessa viagem, proposta por Gloria Kalil, pelas 40décadas de moda testemunhadas pela revista Lançamentos.Confira os momentos mais marcantes dos anos 70, 80, 90 e 2000nas passarelas e no comportamento de quem viveu essas décadas.
ANOS 1970: a década da curtição – A moda era ser liberado. Chic era ser experimental.
No início da década, Yves Saint Laurentfez os primeiros modelos inspiradosno Oriente. África e Ásia entram namoda e trazem à tona as ideias de étnicoe folk. A volta à natureza vira assuntode roupa e de estilo de vida com oshippies, jovens frequentadores de festivaisde rock ao ar livre.As marcas de prêt-à-porter passam aser mais cobiçadas que as da alta-costura.Como símbolo de liberdade, o mundointeiro usa jeans – de manhã, de tarde,à noite. Surge o conceito de “unissex”,junto com o movimento de liberação homossexual.É também tempo de discotecas,“Dancin’ Days”, gloss e brilho. Os homensusam calças justas e boca-de-sino, tipoJohn Travolta em “Saturday Night Fever”.As garotas usam shorts de alfaiataria(hot-pants) com botas, maximantôs ecabelos afro. Mas os punks fecham a décadacom roupas negras cheias de alfinetes,coturnos, cabelos raspados e espe-tados, em contraponto ao flower power.
ANOS 1980: a década do poder – A moda era ser poderoso: o que já não era tão chic…
Os yuppies, jovens milionáriosda bolsa de valores, dominam omundo ganhando fortunas e gastandoem carros, champanhe, roupasde marca (gravatas Hermès, canetasMontblanc, computadors IBM).Armani inventa o terno desabado paraos homens e coloca o blazer, com ombreiras,no guarda-roupa das mulheres –que agora faziam parte do ambiente coorporativo– usados com escarpins. Elesusam cabelos com gel, elas usam medonhospenteados crespos, maquiagemexagerada e sombras azuis nos olhos.Começa a obsessão pelo fitness, todomundo pratica jogging e as danças agitadasde Patrick Swayze em “Dirty Dancing”também entram em evidência.Os japoneses Rei Kawakubo e YohjiYamamoto fazem uma entrada espetacularna moda, desestruturando suas linhas,com sobreposições e o conceito do pauperismo.Grifes poderosas da época: Mugler,Montana, Alaïa, Halston, Calvin Klein.
ANOS 1990: a década da individualidade – A moda era ser único. O que poderia ser chic.
A década se abre com as bandas deSeattle lançando o look grunge, com KurtCobain à frente vestindo camisa xadrezde flanela, calça jeans rasgada e tênis surrados.O básico entra na moda e minimalismoé o grito de guerra contra os exagerosdos anos 1980. A globalização sereflete na moda fragmentada das tribosdas ruas (streetwear): dos esportistas,dos grupos de música de periferia, dosnerds do Vale do Silício, dos clubbers eda moda-brechó.A boa forma pede malhação dentro efora das academias. A individualidade sereforça com os personal trainers, personalstylists, personal computers, telefonecelular, TV a cabo e Internet.O mundo é fashion, a indústria do luxoe o fenômeno das grifes conhecem oseu auge. É a era das supermodels de saláriosmilionários: Linda Evangelista, NaomiCampbell, Cindy Crawford. As italianaspassam a reinar entre os chamados emergentes(pra citar um termo da época) ecriam novos objetos de desejo, principalmenteacessórios: Versace, Gucci, Prada
ANOS 2000: a década das celebridades – a moda é ser celebridade,o que pode dar em vulgaridade. Nada chic.
Depois de uma era minimalista e de roupas unissex, as mulheres voltama investir em produções elegantes que realçam a feminilidade. Sapatos eseus designers ganham uma atenção extra, como Manolo Blahnik e ChristianLouboutin, constantemente citados no seriado “Sex and the City”.A moda introduz o conceito de customização, de roupa exclusiva feitacom as próprias mãos. A beleza passa a ser construída com silicone,Botox, preenchimentos, lipos, cirurgias reparadoras (e não apenas comroupas de malhação). É a popularização da ideia de interferir no corpopor meio de cirurgias e implantes.
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