Morre Rosita Missoni, “figura central da moda italiana”
Morreu nesta quinta-feira (2), aos 93 anos, a estilista e empresária Rosita Missoni, considerada uma “figura central da moda italiana”. Ao lado do marido, Ottavio, Rosita fundou em 1953 a grife Missoni. A causa da morte acabou não sendo revelada.
Rosita criou designs que desafiavam as tendências tradicionais da época, apostando em padrões geométricos, listras, zigue-zagues e combinações vibrantes de cores. Essas padronagens se tornaram a assinatura visual da marca Missoni, estabelecendo um estilo distinto e imediatamente reconhecível.
Em um comunicado, a família e o grupo Missoni disseram que a “visão criativa e a dedicação incansável de Rosita fizeram do estilo Missoni um símbolo do Made in Italy em todo o mundo”. Eles destacam ainda que o “legado artístico” da estilista “continuará vivo por meio de suas criações, símbolos de beleza e alegria, inspirando entusiastas da moda e do design”.
O início da Missoni
Rosita e Ottavio Missoni se conheceram em Londres durante os Jogos Olímpicos de 1948. Rosita era neta dos donos de uma fábrica de bordados italiana famosa pela qualidade dos seus produtos. Além de competir pela equipe italiana de atletismo, Ottavio era dono de uma pequena fábrica de roupas de tricô, que produzia uniformes esportivos. Cinco anos após esse encontro, eles se casaram e fundaram uma pequena tecelagem, dando início à história da Missoni.
Com um negócio localizado em sua casa, na cidade de Gallarate, região da Lombardia, na Itália, o casal produzia tecidos de tricô. Estes materiais eram vendidos para diferentes marcas e designers. Em 1958, eles apresentaram a sua primeira coleção em Milão, ganhando visibilidade na indústria e chamando a atenção de editoras de moda, como Anna Piaggi.
Aquele foi o primeiro sinal de que a moda tricô apresentada pela Missoni estava prestes a deslanchar. Nos anos 1960, os vestidos de tricô estampado viraram uma febre na Europa e nos Estados Unidos, consolidando a estética “casual chic” da grife.
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Nascimento da estampa zigue-zague
O grande diferencial da maison italiana, sobretudo, eram as cores e as estampas criadas pelo casal, que traziam temas étnicos com referências africanas e desenhos geométricos influenciados pelas vertentes artísticas que exploravam ilusões de ótica. Foi assim que a icônica estampa zigue-zague nasceu, se popularizando como estampa Missoni e ganhando o gosto das principais celebridades e publicações de moda do período.
Como consequência do seu sucesso, a Missoni passou a ser referência de roupa estampada e expandiu seus pontos de venda, abrindo lojas em Milão, Florença, Paris e Nova York. No final da década de 1970, a grife lançou a sua primeira coleção masculina. Do mesmo modo, no início dos anos 1980, foi a vez da Missoni Home – segmento que se transformou em uma das marcas de decoração de luxo mais importantes do mundo.
Missoni até os dias atuais
Nos anos 1990, Rosita e Ottavio passaram o controle da empresa para os três filhos: Vittorio Missoni assumiu a direção de Marketing, enquanto que Luca e Angela assumiram a direção criativa da grife. Com a morte de Vittorio em 2013, Angela e Luca acabaram seguindo no comando da empresa.
Até 2018, a família Missoni detinha 100% da marca, mas vendeu 41,28% para um fundo. Desde então, a filha Angela assumiu a presidência da marca, com Rosita passando os anos finais sendo diretora criativa, posteriormente renunciando ao título.
Coleção de calçados
Em 2023, a grife inaugurou uma loja no shopping JK Iguatemi, em São Paulo/SP. Na oportunidade, estavam sendo comercializados com exclusividade no local oito modelos de tênis da coleção Sports da grife. Eram quatro opções de cano curto – todos traziam em sua lateral o tradicional zigue-zague da maison –, juntamente com outras quatro de cano alto – todos brancos mas com detalhes em diferentes cores.
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