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Entraves com a Argentina pautam audiência pública

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Entraves com a Argentina pautam audiência pública

O impasse criado pelo protecionismo argentino foi tema da audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Parobé na noite da última segunda-feira, dia 28 de abril. O encontro, requerido pelo deputado e presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Gilberto Capoani, contou com as presenças de representantes das indústrias de calçados e trabalhadores do setor.

O assessor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Igor Hoelscher, participou da audiência e ressaltou que o impasse vem prejudicando a indústria brasileira de forma severa. “Muitas indústrias, inclusive, desistiram daquele mercado”. Conforme mais recente levantamento da Abicalçados, 220 mil pedidos seguem aguardando liberação, um prejuízo imediato de US$ 5 milhões. Segundo Hoelscher, porém, o dado é apenas a “ponta de um iceberg” que vem sendo construído desde 2012, quando o governo de Cristina Kirchner passou a exigir as Declarações Juramentadas Antecipadas de Importações (DJAIs). “É um instrumento ilegal, que não consta no âmbito da Organização Mundial do Comércio”, acrescentou o executivo, que estima um prejuízo, pelo menos, quatro vezes maior, já que os pedidos retidos impedem recompras. Somente em fevereiro deste ano mais de 410 mil pares em pedidos foram cancelados, o que representa US$ 6,3 milhões.

Mercosul

Para Hoelscher, o caso se torna ainda mais grave por ocorrer na relação com um país signatário do Mercosul. “Infelizmente, o mesmo tratamento não tem sido aplicado para as importações de calçados asiáticos, que já representam uma fatia de 70% do total das compras argentinas”, disse. Dados elaborados pela Abicalçados e apresentados no encontro ilustram o fato. No primeiro trimestre as exportações brasileiras de calçados para a Argentina caíram 43% no comparativo com o mesmo período de 2013 (de US$ 24,7 milhões para US$ 14 milhões). Já as importações argentinas de calçados asiáticos, especialmente da China, aumentaram 9,7% no trimestre (de US$ 34,2 milhões para US$ 37,6 milhões). “Em 2010 as importações de calçados brasileiros representavam 60% do total. Hoje representam 29%”, concluiu.

O deputado requerente da audiência, Gilberto Capoani, reconheceu a gravidade do fato e prometeu levar o tema para Brasília com o intuito de criar uma comissão específica no Congresso Nacional.

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