Comércio
Exportações de químicos e componentes para couro e calçados caem quase 70% em valor
Em maio, as vendas externas somaram US$ 23 milhões; no acumulado do ano, negócios chegam a US$ 163 milhões
Última atualização: 03/09/2024 16:57
Em maio, as exportações brasileiras de químicos e componentes para couro e calçados somam US$ 23 milhões, valor que representa queda de 66% em relação ao mesmo mês de 2022. No acumulado dos cinco meses do ano, as vendas externas geraram US$ 163 milhões, 11% menos do que no mesmo período do ano passado. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (27), pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal).
Um "ajuste de mercado", é assim que o gestor de Mercado Internacional da Assintecal, Luiz Ribas Júnior, explica o resultado das exportações de químicos e componentes. Segundo ele, este movimento acontece a partir do retorno da produção na China e a normalização dos custos com fretes, que vinham favorecendo as exportações brasileiras, especialmente para mercados latino-americanos.
“Os dados de 2022 são extraordinários e foram conseguidos por uma conjuntura do mercado internacional que já não existe mais. O dado real de comparação deve ser com o nível pré-pandemia, no qual estamos positivos”, avalia Ribas Júnior.
Segundo ele, a projeção é de uma recuperação dos embarques ao longo do segundo semestre, encerrando o ano com estabilidade ou leve alta ante 2022. No ano passado, as exportações do setor atingiram US 421,2 milhões, 12% mais do que em 2021.
China é o principal mercado
A China foi principal destino internacional dos químicos e componentes nos cinco primeiros meses de 2023, com negócios da ordem de US 28 milhões (queda de 42% ante mesmo período de 2022). Na sequência apareceram a Argentina, com US 21,27 milhões (queda de 101%); Portugal,com US 14,18 milhões (queda de 74%); e Colômbia, com US 3,88 milhões (incremento de 21%).
“A América Latina, apesar de ter diminuído os volumes importados do Brasil, é um mercado que foi cativado pela indústria brasileira no período da pandemia. Hoje, dos nossos 10 principais destinos, sete são da América Latina”, comenta Ribas Júnior.
Estados
O principal exportador brasileiro de componentes e químicos para couro e calçados é o Rio Grande do Sul, com negócios equivalentes a US 92,24 milhões, 10% menos do que no mesmo período de 2022. O segundo exportador de 2023 é São Paulo, com US 25,18 milhões (incremento de 13% ante 2022) e o terceiro Santa Catarina, com US 3,43 milhões (queda de 90%).
Materiais
Os materiais mais exportados pelo setor são os químicos para couro, que geraram US 93,94 milhões nos primeiros cinco meses do ano, 13% mais do que no mesmo período de 2022. Na sequência apareceram os cabedais, com US 28,2 milhões (queda de 71%); químicos para calçados/adesivos, com US 23,77 milhões (incremento de 11%); laminados sintéticos, com US 8,6 milhões (incremento de 1%); solados, com US 2,48 milhões (queda de 38%); e palmilhas, com US 887,78 mil (queda de 118%).
(*) Com informações da Assintecal.