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Exportações de couro do Brasil somam US$ 1,1 bilhão em 2023; queda de 8,3%

Exportações de couro do Brasil somam US$ 1,1 bilhão em 2023; queda de 8,3%

As exportações de couros e peles do Brasil apresentaram crescimento em volume e queda em valor em 2023. O setor registrou altas de 13% em metros quadrados e 21,5% em toneladas na comparação com 2022. Foram embarcados 158,9 milhões de metros quadrados, o que equivale a 430,6 mil toneladas. Em valores, esses números representaram no ano passado US$ 1,1 bilhão (queda de 8,3% ante 2022). Os dados oficiais, divulgados recentemente, foram analisados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

Segundo o gestor de Inteligência Comercial do CICB, Rogério Cunha, o fechamento de 2023 para as exportações do couro brasileiro “reflete o ano de muito trabalho” do setor. “Com preços em baixa em todo o mundo, tivemos uma sobrecarga adicional de produção para tentar compensar possíveis perdas, mantendo plantas com grande capacidade de entrega e resultados em volumes.”

Em 2023, o Rio Grande do Sul se manteve como principal exportador do País, respondendo por 23,7% dos metros quadrados, 19,3% das toneladas e 26,7% do valor. Os gaúchos exportaram 37 milhões de metros quadrados (alta de 7,5% ante 2022) e 82 mil toneladas (alta de 24,3% ante 2022), que resultaram em US$ 298 milhões (queda de 9,8% ante 2022). “A demanda reprimida no mercado externo verificada em 2023 teve efeito imediato nos preços de venda praticados pelos curtumes. O aumento no volume exportado não foi suficiente para compensar o efeito negativo causado pela queda nominal no preço de venda”, avalia o presidente-executivo da Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AICSul), Moacir Berger.

Exportações por tipo

A participação por tipo de couro no total das exportações do ano passado foi: acabado (51,9%), semiacabado (12,4%), wet blue (25,4%), raspa de wet blue (9,3%) e couros salgados (1,1%).

Origens e destinos

As remessas de couro brasileiro para o exterior partiram principalmente do Rio Grande do Sul, que teve participação de 26,7% em 2023. Em seguida, ficou o Paraná (19,0%) e São Paulo (15,6%).

Os principais importadores foram: China e Hong Kong (participação de 31,5%), Estados Unidos (16,0%) e Itália (12,1%).

Consumo e cenários

O dirigente da AICSul demonstra atenção quanto ao nível elevado dos estoques na Europa, “reflexo da queda de consumo de calçados, passado o aumento considerável” verificado no pós-pandemia. Sobre a China, principal parceiro do Rio Grande do Sul no segmento, Berger observa que “não se espera movimento maior antes do Ano Novo Lunar no começo deste mês, ou até mesmo antes da feira de Hong Kong (APLF), no fim de março”.

Sobre mercado interno, o executivo aponta para estabilidade na demanda por produtos de couro. “Ocupando boa parte da produção dos curtumes gaúchos, que desenvolvem produtos de elevado índice tecnológico, a demonstrar a excelência dos couros acabados ofertados ao mercado”, analisa.

Perspectivas para 2024

Para 2024, o presidente-executivo da AICSul “prevê ano de muita cautela” na produção e comercialização de couro, tanto no mercado interno quanto no externo. “Ambos apontam para um período de incerteza quanto ao nível de atividade da economia mundial em razão dos vários conflitos que perturbam a tranquilidade e a segurança necessária para o perfeito exercício do comércio internacional”, comenta Berger.

Sobre perspectivas para este ano, o CICB projeta um 2024 de desafios e de “muito investimento” em sustentabilidade. “Está no propósito de todos os curtumes do Brasil a valorização do couro e, mais especialmente, o olhar profundo sobre a sustentabilidade”, afirma Cunha.

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