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Exportações brasileiras de couro aumentam em volume, mas caem em valor

Exportações brasileiras de couro aumentam em volume, mas caem em valor

Em agosto, as exportações brasileiras de couros e peles totalizaram 14,6 milhões de metros quadrados e 40,9 mil toneladas, que significaram, respectivamente, aumentos de 18,1% e 26,9% sobre o mesmo mês de 2022. Em valor, as vendas externas somaram US$ 103,2 milhões no mês oito, queda de 2% na comparação com agosto do ano passado. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e analisadas pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

China

Em entrevista ao Exclusivo, Rogério Cunha, da área de inteligência comercial do CICB, observa que os dados das exportações de agosto estão “evoluindo com o panorama mundial” do setor. “A China, maior cliente do couro brasileiro, foi o último grande player da indústria a retomar suas atividades habituais após a pandemia. Seu retorno ainda tem sido gradual, mas se mostra em um primeiro olhar promissor, como vimos recentemente na feira All China Leather Exhibition (em Xangai), que ocorreu em agosto, depois de uma pausa de quatro anos pelas restrições sanitárias”, aponta.

Cunha destaca que um “gigante como a China influencia sobremaneira” os países exportadores de couro. “No caso do Brasil, a China é ainda mais determinante, pois sua participação nas nossas vendas ao mercado internacional supera os 30%”, completa.

Europa

O especialista do CICB comenta que, na Europa, “outro grande cliente” do couro brasileiro, segue impactada por questões geopolíticas. “Com grande influência sobre a economia local, e isso naturalmente afeta o consumo das famílias e o poder de compra de artigos em couro”, frisa.

“Panorama de muitos desafios”

Sobre as perspectivas para o setor coureiro, Cunha observa que o panorama se mostra “desafiador”, mas com demanda por couro.

“Em todo o mundo, vemos valores do couro com tendência de queda. Agosto nos trouxe resultados que podemos entender como positivos, mas globalmente a indústria se movimenta em um panorama de muitos desafios, que tangem em especial demanda pelo couro, elevação em insumos e logística”, analisa Cunha.

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