PIB surpreende favoravelmente e cresce 3,7% no semestre
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 1º, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encerrado em junho de 2023.
De acordo com o IBGE, o PIB fechou o segundo trimestre do ano com crescimento de 0,9% frente ao trimestre anterior, totalizando R$ 2,65 trilhões. No acumulado do ano, até junho, o PIB cresceu vistosos 3,7%.
Ao analisarmos os números do PIB pela ótica da oferta, percebemos que o crescimento da economia brasileira no primeiro semestre teve importante contribuição do setor agropecuário que, apesar da retração no segundo trimestre, acumulou alta no ano de 17,9%.
O setor industrial (que na comparação trimestral cresceu 0,9%) registrou alta de 1,7% no primeiro semestre, sendo puxado pela indústria extrativista (8,2%), com destaque para petróleo, gás e minério de ferro, e pelo setor de eletricidade, gás, água e esgoto(5,6%).
Já o setor que tem maior peso no PIB, o setor de serviços, apresentou crescimento de 2,6% de janeiro a junho de 2023, puxado principalmente pelas atividades financeiras e de seguros (5,8%), informação e comunicação (5,3%) e transporte, armazenagem e correio(4,2%).
Quando analisamos o PIB pela ótica da demanda, todos os componentes apresentaram crescimento no primeiro semestre do ano, com exceção da chamada formação bruta de capital.
O consumo das famílias, a principal força motriz da economia, avançou 3,2% e o consumo do governo subiu 2,0%.
No que tange ao comércio exterior, as importações de bens e serviços registraram alta de 2,1%, enquanto as exportações cresceram significativos 9,7% ao longo dos primeiros seis meses do ano.
A má notícia ficou por conta da formação bruta de capital fixo (o volume de investimentos da economia) que caiu 0,9% no semestre. Essa queda é justificada, principalmente, pela retração na produção de bens de capital (bens usados para produção de outros produtos, como máquinas e equipamentos).
Como já havia ocorrido no trimestre anterior, o resultado do PIB veio acima do esperado e surpreendeu os analistas de mercado, tendo sido impulsionado pelo consumo e pelo setor de serviços.
O setor de serviços, que representa quase 70% de toda atividade econômica, encontra-se no ponto mais alto da série histórica, e já está há 12 trimestres consecutivos sem apresentar variações negativas, ou seja, cresce ininterruptamente desde o pior momento da pandemia de Covid-19.
O consumo das famílias também foi outro destaque do PIB. Mesmo com os juros ainda elevados, o consumo se beneficiou do aumento do crédito para as pessoas físicas, da melhora no mercado de trabalho e do arrefecimento da inflação.
Com a esperada queda da taxa Selic ao longo do segundo semestre, e com o avançar do programa de renegociação de dívidas (Desenrola Brasil), o consumo deverá continuar a impulsionar o crescimento brasileiro, cujas expectativas para 2023 estão sendo revisadas para patamares superiores aos 3%, muito acima dos 0,8% projetados no início do ano.
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