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PIB do Brasil cresce quase 3% em seis meses
No acumulado dos seis primeiros meses de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu quase 3%.
Última atualização: 10/09/2024 15:30
O Produto Interno do Brasil (PIB) cresceu quase 3% em seis meses. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 3 de setembro, os dados do PIB brasileiro encerrado em junho de 2024.
De acordo com o IBGE, o PIB fechou o segundo trimestre do ano com crescimento de 1,4% frente ao trimestre anterior, totalizando R$ 2,9 trilhões. No acumulado do ano, até junho, o PIB cresceu 2,9%, uma vez mais surpreendendo favoravelmente os analistas.
PIB pela ótica da oferta
Ao olharmos os números do PIB pela ótica da oferta, percebemos que o crescimento da economia brasileira no primeiro semestre, ao contrário do que havia acontecido no mesmo período de 2023, não teve a contribuição do setor agropecuário que, diferente do ano anterior, acumulou queda de 2,9% no período, devido à menor safra (que sofreu com as intempéries climáticas) e à queda dos preços internacionais das commodities
O setor industrial (que na comparação trimestral cresceu 1,8%) registrou alta de 3,4% no primeiro semestre. Resultado que corresponde ao dobro do ano anterior. Este crescimento foi puxado pelo setor de eletricidade, gás, água e esgoto (6,5%). Quem também contribuiu foram indústria extrativista (cresceu 3,4%), indústria da construção (3,3%) e indústria de transformação (2,6%).
Setor com o maior peso no PIB
Por fim, o setor que tem maior peso no PIB, o de serviços, registrou crescimento, também relevante, de 3,3% entre janeiro e junho de 2024. O resultado foi puxado principalmente pelas atividades de informação e comunicação (5,4%), outros serviços (4,6%), atividades imobiliárias (3,8%) e comércio (3,5%).
Já quando analisamos o PIB pela ótica da demanda, o crescimento foi disseminado, com todos os componentes apresentando expansão no primeiro semestre do ano.
Consumo das famílias
O consumo das famílias, a principal força motriz da economia, avançou 4,6% no semestre e o consumo do governo também registrou alta, porém de menor intensidade (2,9%).
No que tange ao comércio exterior, as importações de bens e serviços registraram significativa alta de 12,6%, enquanto as exportações cresceram 5,4% ao longo dos primeiros seis meses do ano. Esta diferença entre o crescimento das importações frente às exportações, denota o maior ritmo de crescimento da economia local e o consequente aumento de renda da população.
Total de investimentos realizados na economia
Por fim, a formação bruta de capital fixo (o total de investimentos realizados na economia), que subiu 2,1% na comparação trimestral. Este indicador registrou, ao longo do primeiro semestre, uma taxa de expansão ainda mais forte, de 4,2%, levando a taxa de investimento da economia aos 16,8% do PIB.
Resultado acima do esperado
A questão, caro leitor, é que como já havia ocorrido em anos anteriores, o resultado do PIB veio acima do esperado e surpreendeu novamente os analistas de mercado, tendo sido impulsionado pelos gastos de consumo, especialmente com serviços.
O receio, todavia, fica por conta da pressão inflacionária que pode advir de um crescimento econômico alicerçado em boa medida pelo aumento do consumo.
O alento, neste caso, vem dos bons números da formação bruta de capital fixo e da indústria. Estes números denotam um aumento na capacidade da economia de ofertar bens, a fim de atender a picos de consumo no futuro.
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