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PIB desacelera e avança 2,5% em doze meses
No dia 4 de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados consolidados do Produto Interno Bruto (PIB).
Última atualização: 07/06/2024 11:40
No dia 4 de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados consolidados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para o primeiro trimestre de 2024.
De acordo com o IBGE, o PIB apresentou alta de 0,8% frente ao trimestre imediatamente anterior. Já no acumulado em 12 meses, a economia brasileira registrou crescimento de 2,5%.
PIB pela ótica da oferta
Ao analisarmos os números do PIB pela ótica da oferta, o setor agropecuário foi o que apresentou maior taxa de crescimento. No acumulado em 12 meses o setor registrou crescimento de 6,4%, bem mais modesto do que os 15,1% apresentados em 2023. O que é explicado pela queda na produção de soja e milho, entre outras culturas.
O setor de serviços, que tem o maior peso no PIB, apresentou, no acumulado dos últimos quatro trimestres, crescimento de 2,3%. Puxado pela expansão do comércio e do setor de informação e comunicação.
Entre os três grandes setores que compõem o produto interno bruto, o que apresentou menor taxa de crescimento no acumulado em doze meses foi a indústria que registrou expansão de 1,9%.
PIB pela ótica da demanda
Já quando analisamos o PIB pela ótica da demanda, todos os seus componentes apresentaram crescimento no acumulado dos últimos quatro trimestres. A exceção apenas ocorre para a chamada formação bruta de capital fixo (o volume de investimentos da economia).
O consumo do governo cresceu 2,1% e o consumo das famílias, principal força motriz da economia, avançou 3,2%. A queda da taxa de desemprego e o pagamento de R$ 30 bilhões em precatórios, que estavam previstos para serem pagos somente em julho, ajudam a explicar o bom resultado do consumo das famílias.
Já a formação bruta de capital fixo, apesar de ter avançado 4,1% no trimestre, registrou queda de 2,7% no acumulado em doze meses. Observar este número é importante, pois é ele que revela a capacidade do país crescer sem gerar pressões inflacionárias.
No que tange ao comércio exterior, as importações registraram crescimento de 0,8%. Já as exportações tiveram alta de 9,0%, revelando a continuidade da pujança de nossa balança comercial, por exemplo.
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Rio Grande do Sul
É importante salientar ao nosso leitor que estes resultados ainda não têm influencia do impacto econômico causado pela catástrofe climática que abateu o Rio Grande do Sul. Isso só aparecerá nos números do PIB do segundo trimestre, publicados pelo IBGE apenas em setembro.
Vale ressaltar também que apesar dos resultados favoráveis, os números revelam uma clara desaceleração da atividade econômica (PIB) ao longo dos meses. Isso vale quando se analisa, por exemplo, os números da economia brasileira pelo acumulado em doze meses. Por este critério, o crescimento saiu de 3,7% no segundo trimestre de 2023 (passando para 3,1% no terceiro e 2,9% no quarto) para os atuais 2,5% no trimestre encerrado em março de 2024.
Por fim, o fato é que com a proximidade do fim dos cortes na taxa básica de juros promovidos pelo Banco Central (que deve fazer a taxa selic terminar o ano acima dos 10%), somado aos impactos causados pela tragédia do Rio Grande do Sul, há grandes chances de que tal tendência não seja revertida e de que esta taxa de crescimento de 2,5% venha a ser a máxima que o país registrará neste ano. O tempo dirá.
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