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PIB avança 2,9% em 2022, mas recua no quarto trimestre

Produto Interno Bruto totalizou R$ 9,9 trilhões no ano passado

Publicado em: 09/03/2023 10:12
Última atualização: 12/09/2024 10:13

No dia 2 de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados consolidados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2022.

De acordo com o IBGE, o PIB encerrou o ano com crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.

Ao analisarmos os números do PIB pela chamada ótica da oferta, percebemos que o crescimento da economia brasileira em 2022 foi puxado, pelo segundo ano consecutivo, pelo setor de serviços (4,2%).

O retorno às atividades presenciais fez com que as maiores altas neste setor fossem registradas no grupo de outras atividades de serviços (11,1%), que reúne serviços como os de babás, personal trainer e cabelereiros, bem como em atividades de transporte (8,4%), estas beneficiadas pelo retorno das viagens.

O setor industrial, que havia apresentado crescimento expressivo em 2021, desacelerou em 2022, apresentando crescimento de 1,6%. Os maiores destaques de alta foram a produção e distribuição de energia, gás e água (10,1%) e a construção civil que, pelo segundo ano, foi destaque de crescimento neste setor (6,9%).

Já o setor agropecuário encolheu novamente no ano que passou (-1,7%). O resultado negativo teve como principais contribuições as quedas na produção de fumo (-7,1%), arroz (-8,3%) e de soja (-11,4%).

Quando analisamos o PIB pela ótica da demanda, percebemos que todos os seus componentes registraram alta em 2022. O consumo do governo cresceu 1,5%, e o consumo das famílias, principal força motriz da economia, avançou 4,3%, sendo o grande responsável pelo bom resultado do PIB brasileiro no ano que passou.

A queda da taxa de desemprego, o pagamento de auxílios governamentais e as desonerações fiscais foram os fatores que explicaram o bom resultado do consumo das famílias em 2022. Todavia, a aceleração da inflação e a elevação das taxas de juros contribuíram para que o resultado não fosse ainda melhor.

Já a formação bruta de capital fixo (o volume de investimentos da economia), que havia avançado 17,2% em 2021, voltou a crescer, porém de forma bem mais modesta (0,9%), favorecida ainda, como no ano anterior, pela construção civil.

No que tange ao comércio exterior, as importações registraram alta de 0,8% especialmente devido às compras de componentes ligados à indústria automotiva e aos derivados de petróleo.

Já as exportações apresentaram significativo crescimento de 5,5% em 2022, sendo favorecidas pelas vendas de produtos alimentícios, automóveis e papel e celulose. Apesar dos resultados favoráveis, quando se lança um olhar exclusivamente sobre os dados do último trimestre, percebe-se que de outubro a dezembro a atividade econômica encolheu 0,2% quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, revelando um ritmo de atividade bastante distinto ao longo do ano.

Em 2022 tivemos um primeiro semestre bastante aquecido, ainda sobre os efeitos positivos da reabertura da economia no pós-pandemia, porém, durante o segundo semestre, especialmente nos últimos três meses do ano, a atividade econômica entrou em franca desaceleração.

Diante deste cenário, o atual governo terá o importante desafio de reverter esta desaceleração, provendo estímulos para que a economia brasileira possa retomar o caminho do crescimento.

ExclusivoGrupo Editorial Sinos
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