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Os sinais de acomodação do mercado de trabalho

Os sinais de acomodação do mercado de trabalho

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 31 de março, sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) com os números consolidados para o desemprego no Brasil.

A taxa de desemprego, no trimestre encerrado em fevereiro, avançou 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior, passando de 8,1% para 8,6%.

A população desocupada no País totalizou 9,2 milhões de pessoas, um significativo recuo de 23,2% (ou menos 2,8 milhões de trabalhadores) na comparação anual, porém, um aumento de 483 mil pessoas frente ao trimestre passado (setembro a novembro de 2022).

Se olharmos para o número de empregados com carteira assinada no setor privado, este contingente atingiu 36,8 milhões de trabalhadores, alta de 6,4% frente ao mesmo período do ano passado, ficando, contudo, estável quando comparado aos três meses anteriores.

Já o número de empregados no setor público (11,7 milhões de pessoas), apesar do aumento na comparação anual, caiu 4,3% (menos 529 mil funcionários) em relação aos três meses anteriores.

No que tange à informalidade, é possível dizer que ela continua a imperar no mercado de trabalho brasileiro, representando o equivalente a 38,9% da população ocupada, ou seja, cerca de 38,2 milhões de trabalhadores.

Ao decompormos a chamada taxa de informalidade, vemos que o número deempregados sem carteira assinada no setor privado (13 milhões de pessoas) cresceu 5,5%, ou seja, 678 mil trabalhadores a mais nesta situação. Já o número de trabalhadores por conta própria ficou estável em relação ao mesmo período do ano anterior, com 25,2 milhões de pessoas.

Já com relação aos rendimentos percebidos, o último trimestre apresentou ganhos reais de 7,5% em relação ao ano anterior, com o rendimento médio dos trabalhadores atingindo R$ 2.853,00. Porém, novamente aqui os números evidenciam que frente ao último trimestre os ganhos dos trabalhadores se estabilizaram.

Como se pode depreender a partir da análise dos dados divulgados pela última PNAD, os números do mercado de trabalho brasileiro apresentaram evolução, tanto nos níveis de empregabilidade, como nos de rendimentos, todavia, apenas quando comparados ao ano anterior.

Quando os números são confrontados com um período mais recente (o trimestre imediatamente anterior), eles apresentam estabilização e, em alguns casos, até mesmo piora.

O fato é que após os ganhos expressivos em 2022 (primeiro ano de reabertura da economia, pós-pandemia), os dados agora parecem indicar uma acomodação do mercado de trabalho.

O fraco ritmo de crescimento econômico brasileiro nos últimos meses de 2022 e nos primeiros meses de 2023 parecem começar a deixar suas marcas no cenário laboral brasileiro.

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