Setor calçadista deve fechar o ano com quase 4% de crescimento na produção

10.11.2022 - Com informações da Abicalçados

A indústria calçadista brasileira deve fechar 2022 com 851 milhões de pares produzidos, chegando a uma taxa de crescimento da ordem de 3,9% na produção. Já, as exportações podem atingir a marca de 133 milhões de pares embarcados, o que vai representar uma alta de 14% em relação ao ano passado. As estimativas foram divulgadas, nesta quarta-feira (9), pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Segundo a entidade, o reflexo do crescimento do setor em 2022 se deu diretamente no aumento do nível de emprego. Entre janeiro e setembro, a atividade gerou 44 mil novos postos de trabalho, encerrando o período com mais de 310 mil pessoas empregadas diretamente, o melhor registro em sete anos.

Menor dinâmica de crescimento em 2023

O doutor em economia e consultor setorial da Abicalçados, Marcos Lélis, observa que a inflação mundial, impulsionada pelos problemas logísticos pós-Covid 19 e agora pelo conflito no Leste Europeu, somada ao desaquecimento de grandes economias mundiais, caso dos Estados Unidos e Zona do Euro, devem ser determinantes para a menor dinâmica de crescimento para o setor calçadista em 2023. “Na tentativa do controle inflacionário, também assistimos os Estados Unidos aumentarem os juros, o que tem impacto no câmbio”, comentou. Segundo ele, neste cenário de desaquecimento da economia mundial, as previsões de crescimento para o PIB do mundo em 2023 estão sendo revistas para baixo. “Em 2023, o mundo deve crescer apenas 2,7%, pior resultado nos últimos três anos”, disse.

O economista ressalta, ainda, que a economia brasileira acompanha a dinâmica mundial e que vem em desaceleração já nos últimos meses de 2022. “No Brasil, se somam aos problemas macroeconômicos, o endividamento das famílias, que está em 80%, número recorde. Isso tem impacto direto no consumo, já que as pessoas optam por consumir o básico para subsistência”, avalia.

Para 2023, a previsão é um crescimento de 1,6% na produção braisleira de calçados. “Manteremos uma tendência de crescimento acima dos outros setores econômicos. O PIB brasileiro de 2023 deve crescer 0,7%, então temos o dobro de crescimento”, pontua a coordenadora de Inteligência de Mercado da entidade, Priscila Linck.

No próximo ano, a tendência é de que as exportações percam participação na produção brasileira. "Chegamos a um coeficiente de exportação de 17,4% da produção, muito superior aos patamares históricos. Para 2023, esse coeficiente deve se ajustar e ficar em 15,4%, o que também denota o aumento do peso do mercado doméstico”, projeta Priscila.

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