Calçado registra alta na atividade industrial no Rio Grande do Sul

06.09.2022 - Michel Pozzebon | Exclusivo

Foto: Arquivo/GES
Historicamente, segundo semestre responde por 60% das vendas da fabricante Grendene
O calçadista foi o segundo setor com a maior alta da atividade industrial em julho no Rio Grande do Sul. Conforme o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado, no dia 2, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), entre os 16 setores analisados, a indústria calçadista cresceu 13,2%. No geral, o IDI-RS obteve a segunda alta consecutiva subindo 2,5% no mês sete, na comparação com junho. Isso levou a atividade industrial gaúcha ao maior nível desde outubro de 2014 e 12,1% acima de fevereiro de 2020 (pré-pandemia).

"Voltar ao patamar de atividade de oito anos atrás é positivo, mas também uma evidência da longa crise no setor e que começa a se recuperar. A indústria foi fortemente impactada pela crise brasileira iniciada em 2014 e que durou até 2016, sendo que quando começava a reagir veio a pandemia", observa o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

A fabricante calçadista Grendene (Farroupilha/RS) terminou a primeira metade do ano com R$ 1,7 bilhão de caixa líquido. Após um segundo trimestre com melhora sequencial, mês após mês, dos volumes de sell in e de sell out, a companhia avalia com otimismo o começo do segundo semestre, que historicamente representa 60% das vendas da empresa. "Os pedidos, já recebidos, embarcados em julho e agosto nos fornecem uma boa visão dos embarques do terceiro trimestre. Embora estejamos cientes das inúmeras incertezas no curto prazo, estamos preparados para um segundo semestre positivo e continuaremos perseguindo nossos objetivos de crescer receita, volume e expandir as margens", sustenta o diretor de relações com investidores da Grendene, Alceu Albuquerque.

Variáveis e fatores

Três das seis variáveis que compõem o IDI-RS apresentaram crescimento em julho: a alta mais expressiva foi das compras industriais, com 9,3% de aumento, que mostram volatilidade por causa das dificuldades do setor com a cadeia de suprimentos. A massa salarial teve elevação de 2,2% e o emprego, 0,6%, a 26ª consecutiva. Em sentido oposto, faturamento real e horas trabalhadas na produção caíram 0,9% e 0,4%, respectivamente, enquanto a utilização da capacidade instalada, com grau médio de 80,4%, perdeu 0,5 ponto percentual.

“Apesar da pesquisa trazer resultados importantes, há outros fatores a serem considerados. O emprego e a massa salarial, por exemplo, cresceram, mas as horas trabalhadas na produção e utilização da capacidade instalada, caíram”, afirma o presidente da Fiergs.

VÍDEO

+ VEJA MAIS

AGENDA

+ VEJA MAIS

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cadastre seu e-mail para receber as novidades do Exclusivo.

Seu email foi cadastrado com sucesso.