Rio Grande do Sul mantém liderança nas exportações brasileiras de couro

05.07.2022 - Michel Pozzebon | Jornal Exclusivo

Foto: Arquivo/GES
Respondendo por 62,4%, acabado foi o principal tipo de couro exportado pelos gaúchos
Nos cinco primeiros meses do ano, o Rio Grande do Sul se manteve como a principal origem das exportações brasileiras de couro - respondendo por 26,5% do volume e por 27,2% do valor. Entre janeiro e maio, os curtumes gaúchos embarcaram 15 milhões de metros quadrados, somando US$ 150 milhões. Em relação ao mesmo período de 2021, o resultado correspondeu a quedas de 26,8% no volume e de 7,9% em valor. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia e foram compiladas pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

"O setor dá sinais de recuperação da atividade em níveis que indicam rápida retomada aos patamares da pré-pandemia. Os curtumes, por essencial, não sofreram paralisação relevante durante a pandemia, o que permitiu uma formação de estoque além da normalidade, já que as fábricas de manufaturas tiveram paradas muito importantes e o comércio muito mais", aponta o presidente-executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (AICSul), Moacir Berger de Souza.

Respondendo por 62,4%, o acabado foi o principal tipo de couro exportado pelos gaúchos nos cinco primeiros meses, seguido por semi acabado (17,9%), wet blue (12,1%) e raspa (7,6%). "A indústria curtidora gaúcha tem procurado, ao longo do tempo, manter ativo o desenvolvimento de novos produtos com maior índice de valor agregado de modo a permitir a abrangência de todos os segmentos de consumo, priorizando aqueles que melhor se adequam às condições de qualidade da matéria-prima brasileira", destaca Souza.

Os principais importadores do couro gaúcho foram: China (35%), Itália (11,7%), Estados Unidos (10,7%), México (5,7%) e Vietnã (4,4%).

Reflexos geopolíticos

Os recentes lockdowns na China refletiram na atividade coureira brasileira. “A falta de consumo de couro nas fábricas chinesas, então paralisadas, criaram um vácuo nos embarques de couro para o oriente, agravado pela paralisação de 15 dias em razão das comemorações do ano novo chinês, os curtumes viram reduzir de maneira considerável o comércio naquele período”, analisa o dirigente da AICSul.

Segundo ele, a guerra na Ucrânia criou um desequilíbrio no fluxo logístico, especialmente de navios de carga que atendem à Europa. “A reação e embargos impostos à Russia também pelos Estados Unidos, além dos países da Europa, completaram o quadro de dificuldade para o transporte marítimo, que demandará ainda um longo período para voltar à normalidade”, completa o executivo.

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