Adoção da Indústria 4.0 no setor calçadista é lenta

28.09.2021 - Michel Pozzebon

Foto: Divulgação
Cipatex implementou monitoramento on-line e telemetria
A Indústria 4.0 tem sido o foco de muitos setores industriais, justamente por estar ligada aos avanços tecnológicos e inovação que as empresas buscam para serem competitivas. No entanto, o estágio de adoção deste conjunto de tecnologias pelo setor calçadista brasileiro é hype - abreviatura do termo em inglês hyperbole, que significa propaganda exagerada. A analogia é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), André Nodari."Na realidade a adoção pelas empresas do conjunto de tecnologias que se convencionou chamar Indústria 4.0 é lenta em toda a indústria, e não só no Brasil", afirma.

Em suma, a Indústria 4.0 também chamada de Quarta Revolução Industrial, engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas como inteligência artificial, robótica, Internet das coisas e computação em nuvem, que estão mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e no mundo.

Apesar da adesão ainda incipiente, o tema vem ganhando cada vez mais importância. "Excelentes trabalhos de divulgação são realizados por grupos mistos da academia e da indústria pelo Brasil afora. Empresas pioneiras já apresentam cases bem sucedidos. Adotar os conceitos da Indústria 4.0 pode parecer intimidador, mas é um caminho a ser percorrido no qual a dificuldade (e os retornos) aumentam na medida em que se avança. Assim, é possível começar pequeno e ir aprendendo e avançando.", aponta Nodari.

 Calçados

Nos últimos anos, a Calçados Bibi, de Parobé, tem investido na adoção dos conceitos de Indústria 4.0, especialmente em automação e tecnologia da informação. A companhia adquiriu equipamentos e fez uma alteração no layout fabril para aprimorar sua produção. Comprou maquinários com inteligência israelense para a área de costura e utiliza tecnologias inteligentes na gestão das fábricas, aplicadas à engenharia.

Hoje, são utilizados modelos de simulação computacional apoiados por pesquisas operacionais, uma disciplina que transforma dados em linguagem matemática para o desenvolvimento dos modelos de simulação. Dessa forma, é possível ver a fábrica operando em 3D pelo computador. A tecnologia foi utilizada para estruturar o novo layout fabril das duas fábricas localizadas em Parobé e em Cruz das Almas/BA, responsáveis pela produção de 2 milhões de pares de calçados ao ano. "Mantivemos a capacidade produtiva, porém com expectativa de maior eficiência e produtividade futura. Com o fluxo mais organizado e otimizado, a fábrica fica mais flexível e rápida para que possamos atender o mercado", destaca o diretor de operações e competividade da Bibi, Rosnaldo Inácio da Silva.

Componentes

A Cipatex, indústria de revestimentos sintéticos com atuação no setor calçadista e unidade comercial em Campo Bom, tem implantado medidas, estratégias, tecnologia digital, automação e modernização com foco no conceito da Indústria 4.0. Entre os projetos está a adoção da solução em preditiva digital, possibilitando o monitoramento on-line em tempo real e telemetria dos equipamentos industriais. "Buscamos automação, implantamos novos sistemas, preparamos os colaboradores e realizamos diversas ações conjuntas para atender às necessidades da nova era industrial", comenta o gerente de manutenção, Antonio Ribeiro.

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