Números da indústria italiana de calçados em 2020

30.12.2020 - Luana Rodrigues

No terceiro trimestre de 2020 a dinâmica registrada na indústria calçadista italiana foi um pouco menos desfavorável, mas ainda longe de ser positiva. É o que mostram os dados do Centro de Investigação Confindustria Moda, da Assocalzaturifici, revelando uma quebra de dois dígitos no volume de negócios das empresas no período em análise (-26,6%).

Apenas 14% dos entrevistados declararam ter excedido, ou pelo menos igualado, seu faturamento no terceiro trimestre, enquanto mais da metade relatou uma queda de -20 a -50%. Esses números foram acompanhados pelo índice de produção industrial do Istat, que registrou -17,4% nos meses de julho a setembro. A queda desde o início do ano é considerável, em todas as formas.

Conforme o presidente da Assocalzaturifici, Siro Badon, os números acumulados para os primeiros nove meses do ano revelam um setor que foi duramente afetado pela pandemia da Covid 19. “Estamos vendo uma redução de cerca de 20% no volume do consumo doméstico (-17,8 %) e vendas internacionais (-20,1%), com forte redução na produção industrial (-29,4%) e redução média de um terço (-33,1%) nas vendas das nossas associadas”, afirma.

Em setembro, tanto as exportações quanto os gastos das famílias na Itália igualaram os volumes do mesmo mês de 2019. No entanto, os primeiros tímidos sinais de retorno à 'normalidade' da demanda, tanto no mercado internacional como mercados domésticos, podem ser imediatamente aniquilados pela segunda onda da pandemia, com graves repercussões na capacidade de resistência do setor, rsultando em uma nova redução no número de empresas ativas (-101 nos primeiros nove meses) e o número de empregados (redução de cerca de 2.600) em 2020.

Se considerados os fabricantes de componentes, o saldo é ainda mais negativo: -231 empresas e -3453 empregados. “O ano foi de recorde no apoio salarial (+ 930% nos primeiros 10 meses do ano na indústria do couro, com + 1267% em outubro). Estamos muito preocupados com os próximos meses”, conta Badon.

Os segmentos de mercado mais afetados foram os calçados clássicos para homens e mulheres (com queda de cerca de -30%), enquanto a queda nas vendas de calçados infantis e tênis esportivos estava entre -15 e -20%. A redução foi menos acentuada no segmento de chinelos e calçado lounge, que diminuiu -7,4% na quantidade de pares vendidos e -6,8% no valor.

Apesar do boom nas vendas on-line, 2020 representa uma baixa nas compras de calçados na Itália, em parte devido à ausência de turismo internacional e às vendas decorrentes, principalmente, de calçados de luxo.

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