Como foi o ano de 2020 no setor calçadista

28.12.2020 - Luana Rodrigues e Michel Pozzebon

Chegamos ao último mês do ano e, por que não, fazer aquela tradicional retrospectiva? Embora 2020 tenha sido de tempos difíceis, é importante deixar registrado aqui o que foi destaque no setor calçadista brasileiro ao longo destes doze meses.

JANEIRO
O ano começou de maneira bastante positiva, especialmente para os calçadistas do Rio Grande do Sul, já que, no apagar das luzes de 2019, o governador do Estado assinou um decreto para redução do ICMS do setor. A expectativa para 2020 era de um crescimento na produção de calçados entre 2% e 2,5%, de acordo com projeções da Abicalçados. No entanto, por conta da pandemia, os números não se confirmaram.

Como de costume, janeiro foi marcado pela Couromoda. A 47ª edição ocorreu entre os dias 13 e 15 de janeiro, no Expo Center Norte, em São Paulo. O Inspiramais também foi realizado neste período, no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo. Vale destacar ainda a realização das feiras regionais, como a Bahiacal, em Salvador, que cresceu 10% neste ano, e a Calcemoda, em Curitiba, que teve incremento de 7% no faturamento.

FEVEREIRO
O mês de fevereiro começou com a realização, em João Pessoa, na Paraíba, da 40 Graus, feira promovida pela Merkator. Além do foco nos negócios, o evento que ocorreu entre os dias 3 e 5 de fevereiro, contou com uma série de palestras. Em Goiânia, a feira regional foi realizada na segunda semana do mês e encerrou com 74 milhões de reais em negócios, um crescimento de 13%.

Fora do Brasil, fevereiro foi marcado ainda pela edição de número 89 da Micam, em Milão, na Itália, e nós estivemos por lá, acompanhando todos os detalhes da tradicional mostra italiana de calçados.

Vale destacar, que na nossa segunda edição impressa de fevereiro, já falávamos sobre os impactos do coronavírus no mundo, mas ainda não tínhamos casos no Brasil. Também antecipávamos que a Fimec não contaria com a presença de chineses.

MARÇO
Entre os dias 9 e 12 de março, nos tivemos aqui em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a 44ª Fimec – Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes. Como de costume, realizamos o Prêmio Lançamentos Fimec, que reconhece as empresas com as melhores práticas, produtos, processos, tecnologias e serviços. E também foram conhecidos em março os vencedores do Prêmio Primus Inter Pares Assintencal, que promoveu a sustentabilidade.

Em março, a Abicalçados acabou revendo a projeção de crescimento. O número, que era de 2 a 2,5%, caiu para 1,7%.

ABRIL
Nossa primeira edição de abril trazia na capa uma chamada sobre os desafios do setor em meio ao coronavírus. Ali, nós começamos a noticiar as movimentações da indústria calçadista que iniciou férias coletivas em todo o Brasil e também as demissões. A Usaflex, de Igrejinha, aqui no RS, se antecipou à crise que viria e ainda no fim de março anunciou a demissão de 15% da mão de obra.

Em abril, as promotoras de feiras começaram a rever o calendário de eventos, pois já se sabia que o isolamento social faria parte da nossa vida por alguns meses.

Foi em abril que batemos o recorde de audiência no site do Jornal Exclusivo, com crescimento de 935% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Todo mundo estava em busca de notícias do setor e queria saber o que podia acontecer em meio à pandemia.

No fim de abril, quando já se tinha 26 mil demissões na indústria calçadista do Brasil, aos poucos as fábricas começaram a retornar, a maioria para finalizar pedidos que já estavam em andamento. Enquanto isso, o varejo seguia fechado.

MAIO
Em maio iniciamos uma série de lives sobre os novos rumos do setor coureiro-calçadista, falando sobre as mudanças impostas pela crise e perspectivas para depois da pandemia. O primeiro painel tratou sobre a digitalização do varejo, que foi algo que a gente falou muito neste ano, com as empresas apostando forte no ecommerce. Também falamos sobre o setor de couro e máquinas, além da indústria.

O SIIC – Salão Internacional do Couro e do Calçado, que seria em maio, não ocorreu. Naquele mês foi anunciada a plataforma e-Merkator para a realização da feira de maneira on-line, no mês de julho.

Ainda em maio, quando já se somavam 34 mil demissões, representantes da indústria calçadista foram à Brasília em busca de apoio. Naquele mês a Abicalçados já tinha uma projeção de que o ano terminaria com um revés de 29 por cento na produção de sapatos.

Vale lembrar que foi em maio também, no dia 1º, que a nova alíquota do ICMS começou a vigorar no RS. Houve algumas mudanças no texto, entre elas a exclusão da obrigatoriedade de escriturar o débito por responsabilidade nas operações de industrialização por encomendas, a terceirização.

JUNHO
Chegamos ao mês de junho! Naquela data, cerca de 45% do comércio brasileiro já estava aberto e, aos poucos a engrenagem que articula toda a cadeia coureiro-calçadista começava a girar. Ali a gente já previa que uma retomada maior deveria ocorrer apenas no último trimestre do ano. Enquanto isso, em estágios diferentes, o retorno já ocorria em outros países.

Em junho nos falamos muito sobre marketing digital, estratégias de vendas, contamos como as empresas estavam fazendo para superar a crise, e trouxemos cases positivos de pessoas que mudaram seus negócios e conseguiram alavancar as vendas. Também contamos sobre a onda de solidariedade que tomou conta do País. Foram inúmeras as doações de álcool em gel, máscaras e outros equipamentos aos profissionais de saúde.

JULHO
O mês sete do ano começou com um marco para o setor calçadista brasileiro: a primeira feira de calçados totalmente digital do Brasil. Acompanhando as tendências de digitalização e, motivada pelo cenário que orienta o distanciamento social, a Merkator promoveu no dia 7 de julho a primeira edição on-line do SICC (Salão Internacional do Couro e do Calçado. A feira ocorreu por meio da eMerkator, plataforma criada para promover encontros virtuais e aproximar lojistas e expositores. Durante os dez dias em que os conteúdos da feira estiveram disponíveis na plataforma foram 12 mil acessos únicos nos estandes dos expositores, 21 mil acessos nas lives de conteúdos, 35 mil visualizações nos espaços dos expositores e 161 mil visualizações de páginas na plataforma.

Em julho, dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) demonstravam que as fábricas calçadistas já haviam desligado desde março mais de 50 mil profissionais. Os números surpreenderam negativamente a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), que projetava, em função do avanço da pandemia, que o setor perderia 57 mil postos de trabalho neste ano.

Dados divulgados em julho apontavam que, após quatro meses consecutivos de queda, as exportações brasileiras de calçados voltavam a crescer. Em junho foram embarcados 3,6 milhões de pares, que geraram US$ 35,6 milhões, altas de 32,7% em volume e de 49% em valor em comparação com o mês cinco. Por outro lado, no comparativo com junho de 2019, as quedas foram de 44,6% em pares e 47% em receita. No semestre, a exportação de 43 milhões de pares gerou US$ 330,5 milhões, quedas tanto em volume (-24,6%) quanto em receita (-31,2%) na relação com o primeiro semestre do ano passado.

Em julho, a Francal e a Ablac (Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados), que tinham previsto a promoção conjunta da Francal Ablac Show e do Salão Alto Verão para setembro, anunciaram o adiamento do evento para 2021, em função da manutenção da proibição de grandes eventos na capital paulista, por conta da pandemia da Covid-19.

No dia 6 de julho, a RR Shoes, fabricante da marca Via Uno, ajuizou pedido de recuperação judicial. A ação foi motivada pelos impactos decorrentes da crise gerada pela pandemia da Covid-19, totalizando um passivo de R$ 40,4 milhões para a empresa. A companhia já havia encerrado as atividades na unidade fabril de Teutônia, ainda no mês de abril.

 

Os primeiros sinais da recuperação do cluster coureiro-calçadista, apontados por empresários de fábricas de calçados, componentes, curtumes e máquinas no início de agosto, se concretizaram no saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, divulgado pelo Ministério da Economia. Após quatro meses de saldo negativo consecutivo, as indústrias de calçados brasileiras voltaram a criar mais empregos formais, ou seja, contratar mais que demitir. Afinal, em julho, houve 1.184 admissões a mais em relação ao número de desligamentos no mês nas fábricas de calçado do País.

AGOSTO
Com cinco unidades produtivas no País, sendo quatro no Rio Grande do Sul, o Grupo Minuano, de Lindolfo Collor/RS, pediu recuperação judicial no dia 3 de agosto. O pedido foi feito na Vara Regional Empresarial da Comarca de Novo Hamburgo/RS. Ao todo, o passivo do curtume fundado no Vale do Sinos em 1972 é de R$ 250 milhões.

No dia 19 de agosto, o Sindinova (Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana), anunciava a transferência da 25ª Fenova – Feira de Calçados de Nova Serrana/MG – para agosto de 2021. A mostra, que inicialmente ocorreria em março, chegou a ter a sua data alterada para agosto. No entanto, em função da pandemia da Covid-19, o evento teve que ser transferido novamente.

A primeira edição digital do Inspiramais — Salão de Design e Inovação de Materiais —, o Inspiramais 2021 II, ocorrido entre os dias 25 e 27 de agosto, terminou com um saldo de 40 mil visitas nos 150 estandes virtuais, o que gerou 3 mil reuniões de negócios com as empresas. Entre projetos, palestras e lançamentos de produtos, ao todo foram 166 mil páginas visitadas na plataforma virtual do evento, que teve como mote o tema Free Spirit. As informações, coletadas por meio do Google Analytics, foram divulgadas pela Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos).

Depois de gerar 1,14 mil postos em julho, o setor calçadista criou outros 6,3 mil em agosto. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e apontam para uma recuperação do setor depois de quatro meses seguidos de perda de postos em função da pandemia do novo coronavírus e as restrições no mercado doméstico e internacional. Com o resultado de agosto, o setor alcança, no total, 232,4 mil postos diretos, ainda distante do resultado de dezembro de 2019 (269 mil postos) e uma queda de 17% em relação ao mesmo mês do ano passado.

SETEMBRO
Setembro começou com novidade: chegou nas principais plataformas de áudio, o podcast do Jornal Exclusivo. O convidado especial do primeiro episódio foi o CEO do Top Shoes Brasil Group, Gustavo Dal Pizzol. No bate-papo, ele falou sobre o atual cenário do setor calçadista brasileiro, com foco em tecnologia, negócios e indústria 5,0, mas também contou um pouco sobre a sua trajetória, carreira e desafios. Dal Pizzol ainda compartilhou sua experiência à frente da companhia de inovação especializada no fornecimento de novas matérias-primas para o calçado.

Entre os dias 20 e 23 de setembro, mais de 16 mil compradores participaram da edição presencial da 90ª Micam Milano, considerada a maior feira de calçados do mundo, em Milão, na Itália. Dos compradores que visitaram a mostra, 25% eram de fora da Itália. O evento contou com a participáção de nove marcas brasileiras apoiadas pelo Brazilian Footwear. Apenas marcas com representantes locais puderam participar da mostra. Segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), a Micam gerou US$ 675 mil às etiquetas brasileiras que participaram da feira. In loco foram gerados US$ 154 mil, que foram somados a outros US$ 521 mil em negócios que foram alinhados no evento.

A SC Trade Show, iniciativa do Sincasjb (Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista), ganhou uma edição on-line. O evento em formato digital, denominado Conecta SC Trade Show, ocorreu entre os dias 21 e 25 de setembro, por meio de plataforma eletrônica própria. Em nota, o Sincasjb explicou que o diferencial do evento esteve no processo de compra, em que o cliente lojista pode entrar em contato instantâneo com as marcas expositoras.

No mês de setembro, foi apresentado o Conexão Exporta Brasil, iniciativa do Grupo Sinos, que busca desenvolver estratégias para fomentar o fortalecimento da cadeia coureiro-calçadista no mercado internacional. Ao longo de três meses, foram veiculados, por meio do projeto, colunas, matérias e lives nos sites e nas edições impressas dos jornais Exclusivo e NH, conteúdos com foco no mercado externo.

OUTUBRO
No dia 7 de outubro, por conta da pandemia da Covid-19, o Sincasjb (Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista), anunciou a transferência da 30ª SC Trade Show, que ocorreria de 4 a 6 de novembro. A nova data é 27 a 29 de abril de 2021.

O Governo do Estado de São Paulo publicou no dia 16 de outubro o Decreto 65.255/2020, que determina mudanças nas alíquotas de ICMS de 32 setores, entre eles o calçadista. O texto aumenta de 3,5% para 4,3% o imposto para as saídas internas e interestaduais sujeitas à alíquota de 12%, permanecendo 3,5% para as saídas com alíquota de 7% (regiões Norte e Nordeste).

As calçadistas dos vales do Rio dos Sinos e Paranhana, além da Encosta da Serra, continuam puxando a criação de postos de trabalho na indústria gaúcha. O mês de outubro foi o quarto consecutivo com geração de emprego formal nas fábricas de calçados destas regiões. Dados apontam para um saldo positivo de 1.769, ou seja, no décimo mês de 2020 as empresas da região tiveram mais contratações que demissões. E esse desempenho auxiliou no saldo positivo do setor no Rio Grande do Sul: 2.107.

NOVEMBRO
O Congresso Nacional derrubou, no dia 4 de novembro, pontos do Veto 26/20 que impediam a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia, entre eles o setor calçadista. Esse benefício a empresas que, juntas, têm mais de 6 milhões de trabalhadores agora continuará até 2021. O resultado era esperado. Houve acordo de líderes partidários, e o governo liberou as bancadas em relação a esse veto, principal destaque da reunião do Congresso Nacional nesta quarta-feira, 4 de novembro. A pauta traz ainda propostas de créditos adicionais ao Orçamento.

Gerson Luis Berwanger assumiu, no dia 9 de novembro, a presidência da Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos), pelos próximos dois anos. Também foi nomeada a diretoria executiva, formada por outros 13 empresários. Internacionalização, sustentabilidade, Inspiramais, mercado nacional, design, inovação e relações institucionais seguirão como os pilares da entidade.

No dia 16 de novembro, o Jornal Exclusivo apresentou seu novo aplicativo. Disponível tanto para Android quanto para os iOS, o app conta com notícias atualizadas diariamente sobre o setor coureiro-calçadista brasileiro. Com design moderno e intuitivo, o aplicativo está dividido nas editorias varejo; moda; negócios e feiras. Conta ainda com galerias de imagens; agenda com os principais eventos do setor; vídeos e áudios (incluindo podcasts). No app ainda é possível conferir a edição digital do Exclusivo e ter acesso a um time renovado de colunistas, como foco em estratégias para o varejo, visual merchandising e economia.

A edição presencial da Zero Grau – Feira de Calçados e Acessórios –, que ocorreu entre os dias 16 e 18 de novembro, em Gramado/RS, terminou com saldo positivo para as 150 marcas expositoras participantes. Segundo a Merkator Feiras e Eventos, organizadora da mostra,

Os expositores foram unânimes em afirmar a disposição de compras por parte do lojista que, em muitos casos, questionaram muito pouco os preços dos sapatos e alguns reajustes em função da escassez de matérias primas. Os volumes de negócios e a quantidade de pedidos surpreenderam os fabricantes que foram preparados para vender, mas estavam cautelosos.

 

Em novembro, as exportações de couro registram o melhor resultado em 18 meses. No mês 11, os curtumes nacionais exportaram o equivalente a 17,4 milhões de metros quadrados, o que correspondeu a um faturamento de US$ 102 milhões. O resultado representou altas de 15,3% em volume e de 21,8% em valor no comparativo ao mesmo mês de 2019.

DEZEMBRO
No dia 1º de dezembro, a Couromoda anunciou o adiamento de sua edição presencial. A mostra, que estava prevista para janeiro, ocorerá entre os dias 1º e 3 de março, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP. Em comunicado, a organização informou que o adiamento se deve às novas restrições impostas pelas esferas governamentais para frear o recrudescimento da pandemia da Covid-19 no Estado de São Paulo.

Em 4 de dezembro, a SC Trade Show anunciou a ampliação de sua estrutura e consequentemente a mudança de seu local de realização. A partir de abril de 2021, a mostra, que até então era promovida em Balneário Camboriú/SC, passará a ser sediada em Florianópolis/SC, no centro de eventos Centrosul, atendendo todos os protocolos sanitários de enfrentamento à Covid-19.

Após uma série de avaliações e conversas com parceiros do setor calçadista, a Merkator Feiras e Eventos resolveu adiar a realização da 40 Graus, marcada inicialmente para ocorrer entre os dias 1 e 3 de fevereiro de 2021, em João Pessoa/Paraíba. Em um vídeo divulgado no dia 8 de dezembro, nas redes sociais, a gerente de relacionamento da Merkator, Roberta Pletsch, anunciou que o evento ocorrerá entre os dias 9, 10 e 11 de agosto de 2021.

No dia 17 de dezembro a Fenac Experiências Conectam anunciou a mudança da data da Fimec, que estava programada para ocorrer em março do ano que vem. A alteração atende solicitações das entidades setoriais apoiadoras da Fimec, que ressaltam que a data anteriormente confirmada ainda apresentava muitas incertezas, apontando o adiamento da feira como a ação mais adequada diante do cenário atual. A Fimec deve ocorrer de 4 a 6 de maio de 2021, em Novo Hamburgo/RS.

Em função da pandemia da Covid-19, a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) projeta uma queda de 25% nos negócios do setor calçadista neste ano. Já, para 2021, a entidade prevê um incremento da ordem de 19%.

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