Uma realidade que é comum nos polos e Arranjos Produtivos Locais (APLs) do setor calçadista pelo Brasil, não é diferente em Igrejinha/RS, no Vale do Rio Paranhana. Atualmente, mais de 90% das indústrias que compõem o setor calçadista na cidade gaúcha são pequenas e médias empresas (PMEs). Tal fato tem feito com que o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Igrejinha (Sindigrejinha), Erno Luis Feyh, redobre os cuidados e sua preocupação com a subsistência destes tipos de empreendimento.
“Temos três grandes empresas de calçados em Igrejinha, que são o esteio da cidade. São empresas sólidas e que conseguem enfrentar uma tempestade como esta. Agora, a nossa preocupação maior é com a pequena e média empresa, que em muitos casos não têm as mesmas condições e estrutura que uma grande tem”, salienta o dirigente, que esteve no dia 15 de junho visitando a sede do Grupo Editorial Sinos, em Novo Hamburgo/RS.
Competitividade
Feyh fez questão de frisar que a manutenção, o fortalecimento e a competitividade de um polo de calçados depende tanto da grande quanto da pequena empresa. “A própria grande indústria precisa necessariamente que a pequena empresa também cresça. É desta forma que se fortalece um polo. Polo fortalecido é polo competitivo. Assim mantemos uma rede de suprimentos, uma cadeia de fornecedores, enfim, tudo que envolva a produção de um calçado plenamente funcionando”, analisa o dirigente.
O executivo destacou que o Sindigrejinha tem buscado auxiliar, na medida do possível, as empresas do setor no município diante da crise provocada pela pandemia da Covid-19. Ao mesmo tempo, o dirigente sustentou que o sindicato vem estruturando um projeto para incentivar a participação e a promoção das pequenas empresas do polo nas feiras físicas, assim que for possível o retorno deste tipo de evento. “Estamos melhorando este trabalho em uma ação conjunta com a Prefeitura de Igrejinha, para incentivar e qualificar a participação das empresas do nosso polo em importantes feiras setoriais”, pontua.
Digitalização
Em se tratando de feiras e eventos em tempos de pandemia, Feyh classifica como positivas iniciativas como o SICC Digital e a plataforma Calçados do Brasil. “A digitalização veio para ficar e é preciso que os calçadistas entendam isso. Essa adaptação é mais do que necessária, só vai sobreviver quem
se adaptar.”