Acordo Mercosul e União Europeia segue repercutindo no setor calçadista

06.08.2019 - Michel Pozzebon/ Redação Jornal Exclusivo

O acordo Mercosul e União Europeia, que poderá incrementar o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em R$ 500 bilhões num período de dez anos – conforme noticiado pelo Jornal Exclusivo em 22 de julho – segue repercutindo no cluster calçadista brasileiro.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Marlos Schmidt, avalia como positivo o pacto entre os dois blocos econômicos. “O acordo deverá ampliar a competitividade das indústrias de couro e principalmente do calçado em relação ao mercado europeu. Isto tenderá a reverter em ampliação de nossas vendas no mercado interno. Outro aspecto positivo que devemos considerar é que a aliança poderá reduzir os custos no acesso a tecnologias, que forneçam otimização a nossos produtos”, sustenta. Todavia, Schmidt salienta que é necessário considerar que a indústria brasileira sofre muito em competitividade em razão do custo Brasil, o que inclui altos custos burocráticos, tributários, dificuldades de logística, acesso a financiamentos, entre outros. “Isto poderá contribuir para que concorrentes nossos encontrem espaço para colocar os seus produtos em nosso mercado, impulsionados por estarem em países onde o ambiente de negócios é
bem mais favorável”, observa o dirigente.

Todas as soluções tecnológicas para o calçado

Na avaliação da Abrameq, o acordo é uma grande oportunidade para a indústria brasileira de máquinas e
equipamentos, especialmente pelo Brasil ser o único País no mundo capaz de fornecer soluções tecnológicas para todas as etapas do processo produtivo do calçado. “Desde softwares de gestão, passando pelos setores de corte e preparação, até a linha de montagem do produto. É por essa razão que o calçado produzido com tecnologia brasileira é competitivo no mercado internacional com qualidade, conforto e durabilidade”, comenta o gestor de projetos da entidade, Vinícius Fonte. Segundo ele, para o segmento de máquinas e equipamentos para curtumes as possíbilidades são amplas também.
“O mercado brasileiro oferta uma grande diversidade de soluções para o setor, atendendo praticamente todas as etapas que compõem o processo produtivo do couro, gerando uma produção limpa e eficiente”, avalia.

Ambiente de negócios no Brasil

Schmidt observa que o pacto só renderá bons resultados ao Brasil se efetivamente as mudanças em relação ao ambiente de negócios no País ocorrerem. “Sem elas, o resultado poderá ser perverso. Neste sentido, estaremos atentos aos movimentos e defendendo o interesse do nosso setor”, comenta.

Grandeza do acordo é evidente

Marcio Jung, diretor-presidente da Fenac S/A, autarquia responsável pela promoção da Fimec – Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes –, ressalta que a grandeza do acordo Mercosul e União Europeia é evidente. “Tenho certeza que o setor coureirocalçadista brasileiro conseguirá extrair o melhor beneficio possível dessa abertura de mercado. Temos todas as ferramentas necessárias – conhecimento, criatividade, esforço de trabalho, mão de obra qualificada e empreendedores comprometidos. Serão inúmeros benefícios, como a abertura comercial, o incentivo à competição, o acesso a novos mercados. Esses são fatores fundamentais para o desenvolvimento econômico de qualquer nação”, pontua Jung.

É neste cenário que a Fimec apresenta-se como uma das principais plataformas de negócios internacionais do setor coureiro calçadista. “A Fimec reafirma-se como a melhor plataforma para aproveitar as oportunidades que surgem com este novo cenário econômico”, destaca o diretor-presidente da Fenac, acrescentando as possibilidades de novos negócios que surgirão entre os países envolvidos. “As empresas que não consideram isso em seu planejamento estão atrasadas, pois este novo fator será melhor aproveitado pelas empresas que estiverem preparadas”, ressalta Jung.

O dirigente observa que a Fimec é naturalmente uma excelente porta de entrada para acessar estas
novas oportunidades do mercado coureiro-calçadista desenhadas a partir do acordo Mercosul e União
Europeia. “A Fimec é a plataforma tanto para quem quer vender para países do Mercosul quanto para as empresas do Mercosul que querem exportar para o mercado europeu e para os demais países do globo”, destaca Jung. “Não tenho dúvidas de que a visitação e os expositores europeus se tornarão mais presentes já na próxima edição da Fimec, inclusive já temos uma movimentação intensa nesse sentido”, revela.

 

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