RS segue liderando nas exportações de couro

21.07.2021 - Michel Pozzebon / Jornal Exclusivo

As exportações brasileiras de couro fecharam o primeiro semestre com 91,4 milhões de metros quadrados, totalizando US$ 679,5 milhões. Se comparado ao mesmo período de 2020, o resultado corresponde a incrementos de 17,4% em volume e de 51% em valor, respectivamente. De janeiro a junho, o Rio Grande do Sul se manteve na liderança entre os estados exportadores, com 29,6% de share em valor – o crescimento monetário no período foi de 60,9%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia e foram divulgadas pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

Mantendo a performance positiva do último trimestre do ano passado, as exportações gaúchas de couro no primeiro semestre seguiram com desempemnho satisfatório. A avaliação é do presidente-executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (AICSul), Moacir Berger. Conforme a entidade, tabulados os dados já consolidados até maio deste ano, comparado com igual período de 2020, as vendas externas tiveram um aumento superior a 50% em valor e de mais de 45% em volume (metros quadrados).

Porém, o dirigente observa que a base de comparação com o primeiro semestre do ano passado é prejudicada pela queda brusca das exportações em maio e junho em razão da pandemia. Mesmo assim, comparando o período de janeiro a maio de 2019 – considerado um período de mercado normal –, as exportações no mesmo período deste ano apresentaram um incremento de mais de 25%. “É importante lembrar que a pandemia fez despencar o preço do couro no mercado internacional já no primeiro semestre de 2020 e isto agravou o problema no segundo semestre”, adiciona Berger.

Preço das matérias-primas

 Ao longo de 2021, os curtumes gaúchos têm convivido com um novo nível de preços das matérias-primas. "O repasse destes aumentos ao produto final tem sido a grande dificuldade a ser superada para o fechamento de negócios para embarque no segundo semestre deste ano", sustenta o dirigente da AICSul. Berger acrescenta que os clientes do exterior estão inflexíveis no que se refere a preço, e a matéria-prima nacional, em função da queda no volume de abates, segue a subir atingindo níveis insustentáveis para a indústria do couro. "Adequar os custos às condições do mercado futuro vai ser a grande tarefa para garantir um segundo semestre de 2021 pleno", completa.

Manutenção dos resultados

 De janeiro a junho, o Cortume Krumenauer, de Portão, que tem capacidade para produzir 1,3 mil couros por dia e destina 85% de sua produção ao mercado externo – China e Estados Unidos são os prinbcipais clientes internacionais –, manteve, praticamente, o mesmo resultado das exportações do primeiro semestre de 2020. "No ano passado tivemos o mês crítico em abril, quando nossas exportações foram zeradas em função do fechamento quase que global de nossos clientes. Mas, as atividades melhoraram já em maio o que ainda nos manteve com trabalho razoável em meio a pandemia. Se descontarmos o mês quatro de 2020 e realizarmos uma comparação média com o primeiro semestre de 2021 podemos dizer que o ano até aqui foi bem semelhante ao de 2020", avlaia o diretor comercial da empresa, Joel Krummenauer.

A maior parte do volume comercializado pelo Cortume Krumenauer no primeiro semstre foi de matéria-prima e couros para estofamento mobiliário e automotivo. Já, em relação às exportações de couro para os setores de calçados e artefatos, o executivo da empresa portonense salienta que a recuperação tem se mostrado mais lenta. "Ainda estamos um pouco distantes dos níveis pré-pandemia", pondera.

Exportações brasileiras

 O valor das exportações de junho, total de US$ 119 milhões, aponta que a alta de valores se mantém para o couro brasileiro, ou seja, um crescimento de 146,1% sobre junho de 2020, quando o Brasil atravessava uma fase aguda da pandemia da Covid-19. Também preliminarmente, o resultado do semestre mostra crescimento de 51% em valores sobre 2020. Segundo análise do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), foi observada uma ampliação da comercialização sobre quantidades: 31,8 mil toneladas em junho – ou seja, incremento de 18,2% sobre o mesmo mês do ano passado.

"Os números são positivos, mas cabe ressaltar que há uma influência muito importante do preço da matéria-prima nesta composição. Os valores do couro verde comprado pelos curtumes a partir dos frigoríficos teve crescimento exponencial no último ano, como reflexo do comportamento da economia", avalia o presidente-executivo do CICB, José Fernando Bello.

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