Atividade da indústria gaúcha cai; setor calçadista recua quase 2%
A atividade da indústria do Rio Grande do Sul registrou forte queda em setembro, segundo levantamento divulgado, nesta terça-feira (7), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). No período, o setor coureiro-calçadista recuou 1,7%. No começo do segundo semestre,, a indústria gaúcha dava sinais de desaquecimento de sua atividade.
Com redução disseminada em todas as seis variáveis que compõem a pesquisa divulgada pela Fiergs, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) caiu 2,6%, no mês nove, ante agosto, devolvendo grande parte da alta de 3,1% registrada no oitavo mês do ano. Houve recuo nas compras industriais (-7,3%), no faturamento real (-2,8%), na utilização da capacidade instalada-UCI (-1 ponto percentual), horas trabalhadas na produção (-0,6%), massa salarial real (-0,6%) e emprego (-0,5%).
“Os resultados estão, em parte, impactados pelos eventos climáticos que afetaram as operações das empresas nas regiões mais atingidas pelas chuvas, e pela diferença de calendário, com quatro dias úteis a menos do que agosto. Esses fatores somam-se ao cenário econômico doméstico, que já era bastante desfavorável com o baixo nível da demanda, e dos investimentos, especialmente por conta dos juros e da incerteza elevados”, observa o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
Décima queda do índice em 12 meses
Essa foi a 10ª queda do IDI-RS nos últimos 13 meses, acumulando perdas de 12,2%. Com isso, o nível de atividade da indústria gaúcha esteve, em setembro, apenas 1,8% acima do anterior ao da pandemia – em fevereiro de 2020 -, depois de alcançar a marca de 15,9% em agosto de 2022. De acordo com Petry, o acúmulo de estoques, os baixos índices de confiança dos empresários e a ociosidade alta também contribuem para manter o ambiente pouco propício a uma retomada da atividade industrial nos próximos meses.
Perdas generalizadas
Na comparação anual, o fim do terceiro trimestre também foi de perdas generalizadas. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o IDI-RS exibiu, em setembro, a nona e mais intensa baixa do ano: -10,2%. Diante disso, a queda acumulada da atividade industrial em 2023 se intensificou de -4,4%, em agosto, para -5,1%, em setembro. Com exceção da massa salarial real, que, apesar da desaceleração, ainda mantém uma taxa positiva de 4,4%, todos os demais componentes do IDI-RS contribuíram para a queda do índice no acumulado entre janeiro e setembro, com destaque para as compras industriais (-14,4%) e o faturamento real (-5,8%). Pesaram também a UCI (-3,5 pontos percentuais), as horas trabalhadas na produção (-2,9%) e o emprego (-0,2%), que entrou no terreno negativo pela primeira vez no ano.
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